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Mr. Cheney: Vale a pena abrir uma franquia da famosa loja de cookies?

31 mar 2022, 14:45 - atualizado em 31 mar 2022, 15:45
Mr Cheney
Saiba sobre tudo o que você precisa ter para abrir uma franquia da Mr Cheney (Imagem: Bruno Andrade/Money Times)

A Mr. Cheney começou sua história em 2005 com a abertura da primeira loja no bairro da Casa Verde, zona norte da capital paulista. De lá para cá, a empresa caminha em rumo a expansão e aumento do faturamento.

Em 2021, a companhia faturou R$ 72 milhões e, para este ano, objetiva um faturamento de até R$ 90 milhões, ou R$ 7,5 milhões por mês.

Para chegar lá, a rede de franquias pretende expandir a sua marca, saindo das atuais 80 lojas para 128 unidades. Para isso, a empresa está fazendo uma seleção de novos franqueados.

“Hoje a nossa franquia é verticalizada, nós temos uma fábrica e uma franqueadora e a fábrica fornece para as lojas franquiadas os produtos. Cerca de 80% dos produtos são fabricados por nós mesmos”, diz Johannes Ayres Castellano, sócio diretor da Mr. Cheney em entrevista ao Money Times.

O empresário afirma que o modelo de negócio da rede ajudou muito durante a pandemia, pois a companhia tem o objetivo de ser “uma loja de cookies em vez de uma cafeteria”.

“As vendas dos cookies subiram durante a pandemia, mas as vendas das bebidas quentes caíram, porque as pessoas não faziam muitos pedidos de bebidas quentes por delivery, então o fato da gente apostar a identidade da marca nos cookies nos ajudou muito”, explica o empreendedor.

No entanto, ele não nega que o fechamento da economia para conter a disseminação da Covid-19 atrapalhou a rede, inclusive causando sérios problemas, como redução do faturamento e fechamento de três lojas.

“Tivemos uma queda da receita e um fechamento de três lojas, mas boa parte dos negócios passaram por essa situação. E o mais interessante é que antes da pandemia tínhamos 76 lojas e chegamos ao final dela com 77. Então mesmo em um momento difícil para todos, conseguimos aumentar o nosso número de unidades”, explica.

Investimento inicial para entrar na Mr. Cheney

Para ter fazer parte da Mr. Cheney, o interessado deve desembolsar R$ 250 mil para montar a loja e reservar cerca de R$ 70 mil para pagar a taxa de franquia.

Sendo assim, o investimento inicial fica entorno de R$ 320 mil. No entanto, Castellano não descarta a possibilidade do investimento total chagar a R$ 370 mil devido ao tamanho e a localidade da loja.

Além disso, o empreendedor comenta que é necessário ter R$ 30 mil de capital de giro.

Também é possível economizar e montar um quiosque ao invés de uma loja, mas a rede não se interessa por quiosques, pois eles não trazem muita estabilidade sobre o local de vendas, o que pode atrapalhar o faturamento.

O barato pode sair caro

Ele comenta que o contrato com a loja em um shopping dará cinco anos de certeza que o empreendedor terá a loja. Então, o franqueado ganha segurança no negócio.

Já no contrato de um quiosque, o shopping tende a fazer um contrato de no máximo 12 meses e com muito esforço 18 ou 24 meses no máximo.

“A pior história foi a de um franqueado que estava em um certo quiosque e o shopping o retirou daquele ponto e o colocou em um lugar não muito bom. O faturamento dele caiu de R$ 100 mil por mês para R$ 40 mil e ele acabou fechando a unidade, pois não estava mais atrativo. Depois dessa experiência, trabalhamos com foco em lojas”, explica.

Taxas e despesas da Mr. Cheney

O franqueado que quiser entrar na para rede deve pagar uma taxa mensal de royalties de 6% sobre o faturamento daquele mês. Além de uma taxa de marketing que é de 2% sobre o faturamento.

Já as despesas devem serão o aluguel, água, luz, compra de equipamentos como forno micro-ondas AirFryer, folha de pagamento e manutenção.

“Essa verba de manutenção é muito pequena, os outros itens são muito mais relevantes”, disse o empresário.

Faturamento e lucro do franqueado da Mr. Cheney

Segundo Johannes Ayres Castellano, o faturamento médio dos franqueados é de R$ 62 mil por mês, mas há aquelas lojas que fogem da curva e chegam a ter uma receita de R$ 200 mil ou apenas R$ 25 mil.

Mr Cheney
O faturamento médio dos franqueados é de R$ 62 mil por mês (Imagem: Bruno Andrade/Money Times)

Já a margem de lucro sobre o faturamento fica entre 18% a 23% da receita bruta. Ou seja, uma loja que fatura R$ 62 mil pode ter um lucro de até R$ 14,2 mil, ou R$ 11,1 mil se ele tiver a margem mínima de lucro.

Rentabilidade do investimento

Em uma situação na qual o franqueado investe o valor máximo, de R$ 370 mil,  e retira o valor máximo de lucro, R$ 14,2 mil por mês ou R$ 170,4 mil ao ano, ele terá um rendimento líquido de 46% ao ano, com base nos dados médios divulgados pela franquia ao Money Times.

Contudo, o sócio da companhia ressalta que os números são uma estimativa média e que não existe duas lojas iguais, cada uma possui a sua peculiaridade.

Riscos da Mr. Cheney

Todo investimento possui um risco e a franquia da Mr. Cheney não é diferente.

O franqueador conta que a rede já teve cerca de 120 lojas ao longo de toda a sua história e hoje opera 80.

Sendo assim, ele não nega que há fechamento ou desistência por parte do franqueado de empreender com a companhia. Contudo, ele afirma que “a maioria dos casos são por motivos pessoais”.

“Nós tivemos um operador que ele comprou a franquia montou a loja com a intenção de que a esposa operasse a loja. Ela estava operando muito bem, mas eles encararam o divórcio no meio do caminho. Com isso, ficaram desgostosos e a loja ficou largada só na mão de funcionários, e ela começou a performar mal e eles decidiram fechar”, explica.

Um outro fator é quando o franqueado não segue o plano de negócio à risca. Para Castellano, isso pode trazer problemas de faturamento.

“Nós tínhamos um franqueado que colocou chiclete para vender do lado do caixa, sabe essas coisas de boteco? Isso não combina com a nossa marca! No entanto, ele achava que ganharia um trocadinho na hora do pagamento. Só que ao invés do cliente comprar o cookie, que dá uma boa margem de lucro, ele leva o chilete, o que não é bom para nós”, afirma.

Para reduzir as chances de novas lojas ruírem, a companhia esta fazendo uma “melhor seleção dos novos franqueados”.

“Não é qualquer um que pode entrar para a Mr. Cheney, mesmo se tiver todo o dinheiro para empreender, o interessado precisa ter o perfil que procuramos”, sinaliza o sócio diretor da Mr. Cheney.

Desafios e soluções para a franquia

Para o sócio da companhia, um dos maiores desafios para a rede é a tecnologia. Para superar essas barreiras, a empresa está desenvolvendo, em parceria com uma startup, uma ferramenta de cashback para o cliente, assim como a possibilidade de compra do produto em uma loja virtual com delivery, o objetivo é ficar independente do iFood.

“A gente tem o delivery próprio que também tá sendo bem desenvolvido. Já começamos a implantar nas lojas próprias do sistema e a partir de abril e maio nós devemos já ter convertido toda a rede para esse novo sistema”, diz.

Segundo Castellano, o pagamento desse novo sistema fica a cargo do franqueado, mas ele pode ter um desconto caso use o sistema de pagamentos da startup.

“Somente pelo fato de usar esta provedora para os meios de pagamento, nós recebemos como contrapartida o uso do sistema. Então, nós estamos trazendo uma condição de vantagem uma redução de custo para rede e o aumento do serviço”, relata.

Por fim, ele comenta que a empresa está procurando uma nova solução em sorvetes, que passaram a ser vendidos em até três meses.

“Então nós já desenvolvemos cerca de seis sabores, mas devemos começar com a loja abrindo com oito e podendo
chegar a 16 no final do ano. O sorvete vai ser um diferencial bacana e é uma inovação, uma nova linha que nós estamos trazendo para rede”, conclui.

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Repórter
Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
bruno.andrade@moneytimes.com.br
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Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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