Justiça

MPT pede que Pedro Guimarães seja condenado a pagar R$ 30,5 milhões por assédios

07 set 2020, 20:29 - atualizado em 29 set 2022, 20:45
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, na abertura da Agrishow 2022
A Caixa Econômica Federal e seu Conselho de Administração reiteram que não toleram nenhum tipo de desvio de conduta por parte dos seus dirigentes  (Imagem: TV Brasil/Reprodução)

O Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou nesta quinta-feira, 29, uma ação civil contra ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães por assédio moral, sexual e discriminação contra funcionários do banco.

O órgão pede que ele seja condenado a pagar R$ 30,5 milhões.

O processo é resultado de uma investigação que durou três meses e ouviu mais de 30 testemunhas. A conclusão do MPT é a de que os assédios ficaram “robustamente comprovados”.

“Evidencia-se nas relações de trabalho mencionadas nos depoimentos em questão a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes, vexatórias, constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho, bem como a perseguição aos funcionários”, escreve o procurador Paulo Neto.

Além dos relatos de assédio sexual e moral, o processo cita agressões físicas, “brincadeiras constrangedoras” e a proibição de usar vermelho. O procurador também diz que os funcionários eram tratados aos gritos e palavrões.

Guimarães deixou o comando da Caixa em junho, pressionado pelas acusações de assédio. O escândalo veio à tona em uma reportagem publicada pelo portal Metrópoles. O executivo nega irregularidades.

A ação também pede a responsabilização solidária da Caixa por “omissão” na investigação das denúncias formalizadas internamente. O MPT sugere uma multa de R$ 305 milhões por danos morais coletivos.

“A Caixa deixou de tomar as providências cabíveis para evitar a degradação das condições de trabalho”, diz um trecho da ação.

Com a Palavra, A Caixa

“A Caixa Econômica Federal e seu Conselho de Administração reiteram que não toleram nenhum tipo de desvio de conduta por parte dos seus dirigentes ou empregados e que, desde que tomaram conhecimento das acusações, adotaram todas as providências necessárias para investigar as denúncias, proteger os denunciantes, os empregados do banco e a própria Instituição.

Cabe destacar que, ainda em 30 de junho, foi determinada a contratação de uma auditoria externa e, em seguida, constituído um comitê independente, para a investigação de todas as denúncias.

Em complemento, a CAIXA vinculou a sua Corregedoria diretamente ao Conselho de Administração, dando-lhe maior independência. Além disso, o canal de denúncias, operado com garantia de sigilo, foi reforçado com profissionais especializados no acolhimento às possíveis vítimas.

Dessa forma, a CAIXA e seu Conselho reafirmam o propósito de defender a Instituição e seus empregados de qualquer forma de assédio.”

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