Política

MPF prorroga investigações sobre possível vazamento de operação Furna da Onça

05 ago 2020, 21:07 - atualizado em 05 ago 2020, 21:17
Alerj
A investigação é voltada para movimentações atípicas em contas de mais de 20 gabinetes de deputados na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Imagem: Divulgação/Alerj)

O Ministério Público Federal decidiu prorrogar por mais 90 dias as investigações sobre o suposto vazamento da operação Furna da Onça, que envolveu relatórios financeiros do antigo Coaf sobre movimentações atípicas em contas de mais de 20 gabinetes de deputados na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, informou o MPF nesta quarta-feira.

A possibilidade de uma acareação está sendo cogitada pelo MPF entre o senador Flávio Bolsonaro, que teria sido beneficiado pela informação privilegiada, e o empresário Paulo Marinho, autor da denúncia de vazamento e seu suplente no Senado.

“Quando o senador for intimado vou me manifestar”, disse à Reuters a advogada do filho do presidente Jair Bolsonaro, Luciana Pires.

Ambos já foram ouvidos pelo MPF em oitivas distintas, assim como o ex-assessor parlamentar de Flávio Fabrício Queiroz.

“Eu toparia uma acareação; é só marcar data, hora e local. Tem que ver se o outro lado quer”, disse à Reuters Marinho.

A PF também abriu em maio um inquérito para apurar o suposto vazamento da operação Furna da Onça, apesar de já ter apurado o caso anteriormente.

Flávio Bolsonaro é investigado de praticar o crime de desvio de recursos públicos na Alerj, que ficou conhecido como rachadinha, e o coordenador do esquema seria, segundo o MP, Queiroz.

O MP aponta que o dinheiro da rachadinha teria sido usado para o pagamento de despesas pessoais de Flávio e até compra de bens. Em entrevista ao jornal O Globo, Flávio admitiu que Queiroz pode ter pago contas para ele, mas os recursos teriam origem legal.

A defesa de Queiroz disse que comprovará que nenhum crime foi cometido pelo ex-assessor parlamentar.