MPF cobra R$ 5,3 bilhões por fraudes em caso que envolveu empresas de Joesley
A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que atua na operação Greenfield denunciou nesta sexta-feira à Justiça 14 pessoas por crimes como gestão fraudulenta, corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo um fundo de investimentos ligado ao empresário Joesley Batista, e cobraram 5,3 bilhões de reais em multas e danos.
A acusação criminal tem como base informações de colaborações premiadas, dentre elas do próprio Joesley, informou o MPF de Brasília em comunicado. As empresas ligadas a Joesley não foram denunciadas, e o foco da denúncia foi sobre ex-diretores de fundos de pensão acusados de envolvimento na operação ilícita.
A denúncia narra que houve aporte de recursos milionários dos fundos de pensão Petros, da Petrobras (PETR4), e Funcef, da Caixa, ao Fundo de Investimentos e Participações Floresta sem que fossem observados deveres de diligência e análise de riscos, segundo o MPF. Houve laudos fraudulentos que superestimaram o valor da produtora de celulose, conforme o Ministério Público.
Um ano depois, a empresa foi incorporada a Eldorado, que pertencia a Joesley e outra pessoa, fato esse considerado ainda mais grave pelos procuradores. Além de fraudes, houve pagamento de propina para viabilizar a operação, disseram os procuradores.
Numa peça separada à Justiça, o MPF esclarece que Joesley não foi denunciado por ter firmado acordo de delação e destacou que uma eventual rescisão dessa colaboração está pendente de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, a assessoria de imprensa de Joesley Batista informou que ele firmou acordo de colaboração premiada com o MPF em 2017 e desde então contribui com as investigações da operação Greenfield. “Ele reitera ainda seu compromisso de cooperar com o trabalho das autoridades brasileiras no combate à corrupção”, disse.