MP espanhol pede prisão de envolvidos no processo de independência da Catalunha
Marieta Cazarré – Correspondente da Agência Brasil
O Ministério Público (MP) da Espanha pediu hoje (2) de manhã a prisão de ex-conselheiros do governo da Catalunha que se apresentaram para depor na qualidade de investigados pelos crimes de rebelião, perturbação da ordem e apropriação indevida de fundos públicos, entre outros. Eles se negaram a responder às perguntas durante o interrogatório.
Quatorze integrantes do governo destituído da Catalunha foram chamados na depor na audiência nacional e seis parlamentares da Mesa da Câmara, no Supremo Tribunal.
Os investigados são acusados de terem declarado ilegalmente a independência na Catalunha na última sexta-feira (27). De acordo com a acusação, eles teriam usado o Parlamento, a polícia regional e associações independentistas para conseguir seus objetivos.
O procurador entende que existe risco de fuga, de destruição de provas e de reincidência. Está nas mãos do juiz decidir se terão mesmo de ir para a prisão.
Apenas um ex-conselheiro escapou do pedido de prisão. Santi Villa, que se demitiu do cargo um dia antes da declaração de independência, poderá pagar fiança de 50 mil euros. Ele se apresentou hoje com um advogado diferente dos outros conselheiros e não se negou a responder às perguntas do interrogatório.
No entanto, Carles Puigdemont, presidente catalão destituído, e mais quatro integrantes do seu governo continuam na Bélgica e decidiram não comparecer hoje para prestar declarações.
De acordo com o advogado de Puigdemont, ele quer ser interrogado em Bruxelas. Puigdemont insiste que não está fugindo de suas responsabilidades perante a Justiça espanhola, mas que está na Bélgica para evidenciar sua situação diante da comunidade internacional.
Até o momento, ainda não foi divulgada ordem de detenção europeia para Carles Puigdemont e os quatro ex-conselheiros que estão na Bélgica. Mas, ao que parece, esse será o próximo passo da Justiça espanhola. A chamada euroordem é um instrumento que substitui a extradição, mas funcionaria de forma semelhante, sendo a Justiça belga responsável por avaliar o caso e enviar os acusados de volta à Espanha.