Redes Sociais

Movimento dos coletes amarelos na França segue passos de manifestações no Brasil em 2013

02 dez 2018, 14:17 - atualizado em 02 dez 2018, 14:17
(Pixabay)

A eclosão do movimento dos gilets jaunes (coletes amarelos) na França vem seguindo os mesmos passos das manifestações que aconteceram em junho de 2013 no Brasil. É o que diz uma pesquisa realizada pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV, a FGV DAPP.

Por mais que as atuais manifestações francesas remetam o Brasil de cinco anos atrás, o catalisador do movimento dos coletes amarelos veio de um episódio semelhante ao que aconteceu por aqui em maio de 2018: a greve de caminhoneiros.

A organização não partidária conseguiu reunir pessoas com divergências políticas extremas, tendo como seu principal palco de atuação as redes sociais. A demanda pela redução dos preços dos combustíveis fez com que grupos insatisfeitos com o governo do atual presidente Emmanuel Macron incitasse uma série de protestos pelas ruas da França. Isso, somado à perda de poder aquisitivo por setores da sociedade francesa, conseguiu movimentar no Twitter mais de sete milhões de publicações desde 17 de novembro.

O apoio aos coletes amarelos conseguiu agregar até mesmo os dois extremos do cenário político francês. Divididos em seis grupos – Verde, Amarelo, Marrom, Lilás, Laranja e Azul Claro -, a divisão dos perfis com mais ações de retuítes se mostrou desigual, tendo o grupo Lilás formado por 50,5% dos perfis entre os dias 17 e 26 de novembro.

Grupos

O grupo Lilás é formado por pessoas sem alinhamento político nenhum e que costumam criticar os coletes amarelos. Durante o período analisado, em que o FGV DAPP usou somente 20% das menções para recorte amostral, foram registradas 364.849 interações, o que corresponde a 26,4% do total. O grupo laranja, que apoia os protestos e é próximo do partido de direita de Marine Le Pen, teve 8,6% dos perfis e 24,6% das interações.

O grupo verde possui 9,1% dos perfis e 8,9% das interações. É favorável ao governo de Macron e compartilha notícias sobre os protestos. O grupo próximo a Jean-Luc Mélenchon e a favor dos protestos é o Azul CLaro, que apresenta 8,1% dos perfis e 11,8% das interações.

O Marrom, com 5% dos perfis, faz parte da mídia tradicional que compartilha notícias críticas sobre o movimento dos coletes amarelos. O grupo registrou 3,2% das interações. O grupo Amarelo, o último, representa 3,8% dos perfis e 1,6% das interações. Suas publicações têm como propósito satirizar os coletes amarelos usando piadas e memes.

Dos 1.381.826 tuítes, 1.022.630 foram registrados como retuítes. 1,7% das interações tiveram a participação de robôs.

Críticas ao movimento

Inclinados à esquerda, os perfis que criticam os coletes amarelos desconfiam do movimento justamente pelo fato de nomes da direita francesa estamparem a manifestação e pela visão anti-imigratória e nacionalista apresentada pelos manifestantes.

O grupo Verde, ainda que tenha mais veículos de imprensa do que políticos do governo entre os influenciadores de maior impacto no debate, são contra a propagação de notícias falsas e declarações xenofóbicas, racistas e homofóbicas feitas por participantes do movimento. Os perfis opõem-se às postagens de militantes da extrema-direita favoráveis à Marine Le Pen.

Apoio

Os grupos Laranja e Azul-Claro são os principais representantes de apoio ao movimento dos coletes amarelos. As críticas feitas por perfis partidários a Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon têm como principal alvo o governo de Macron. Eles reclamam da qualidade dos serviços públicos do país e da desigualdade social, questões também levantadas pelos manifestantes.

Nenhum dos seis grupos registrou grande presença de perfis ligados aos dois partidos mais tradicionais da França: os socialistas, do ex-presidente François Hollande, e os republicanos. do ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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