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Mourão: reforma tributária não deve atingir Zona Franca de Manaus

24 ago 2020, 19:29 - atualizado em 24 ago 2020, 19:29
Hamilton Mourão
A Zona Franca é uma área de livre comércio que conta com incentivos fiscais especiais com o objetivo de desenvolver um centro industrial forte no norte do país (Imagem: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse hoje (24) que a reforma tributária, em discussão no Congresso, não deve atingir, em um primeiro momento, a Zona Franca de Manaus. “Minha visão, pelo que tenho conversado com o ministro Paulo Guedes, é que não haverá um avanço imediato em relação às isenções praticadas na zona franca de Manaus, pelas próprias características do projeto, do que é fornecido a partir daí”, disse o vice-presidente durante reunião remota com representantes da indústria do Amazonas.

“Eu vejo que existe muita pressão do centro-sul quanto ao setor de bebidas, mas não quanto aos demais setores”, disse Mourão. “Hoje não vejo preocupação. Esse desmame ocorrerá a partir do momento em que outras condições forem colocadas para que a produção no Amazonas se dê de forma sustentada e dentro de um custo aceitável”, acrescentou.

O polo Industrial de Manaus possui aproximadamente 600 indústrias de alta tecnologia gerando mais de meio milhão de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, duas rodas e químico.

A Zona Franca é uma área de livre comércio que conta com incentivos fiscais especiais com o objetivo de desenvolver um centro industrial forte no norte do país.

Mourão ainda afirmou que a Zona Franca poderá ter um papel importante na recuperação econômica do Brasil pós-pandemia. Na avaliação dele, novas indústrias devem se interessar pelo Brasil em um cenário que ele chamou de “desglobalização”.

“Uma coisa que vai acontecer, e temos conversado muito, é que haverá uma certa desglobalização ocorrendo após o domínio do vírus, quando tivermos uma vacina. E o Brasil nessa hora vai ter que se apresentar como um parceiro confiável para receber essas indústrias que vão sair de determinados lugares e vir para perto dos seus grandes compradores”, disse.

“Nosso polo industrial de Manaus é um lugar que pode absorver a chegada de novas indústrias e temos que nos preparar para esse jogo, termos disponibilidade de energia, gente qualificada”, completou o vice-presidente.

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