Mourão diz que gerações futuras não podem pagar por irresponsabilidade fiscal
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quarta-feira que as próximas gerações não podem ser prejudicadas por posicionamentos atuais que comprometam o equilíbrio fiscal mas também defendeu manutenção de política assistencial no pós pandemia.
Em evento virtual Cenários, Expectativas e Oportunidades, organizado pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Mourão citou a aprovação da reforma da Previdência como exemplo da necessidade de realizar “ajustes”.
“Precisamos evitar que as gerações futuras tenham que pagar pela insolvência e pela responsabilidade fiscal que ainda viceja entre alguns setores da classe política brasileira”, disse.
“Nosso êxito internacional dependerá de nossa capacidade de levar adiante os projetos de modernização do Estado e de desenvolvimento da economia”, acrescentou.
Coordenador do Conselho da Amazônia, Mourão reconheceu a importância da política ambiental para a imagem do país, o que interfere na capacidade de exportação e atração de investimentos.
“Trabalharemos para que a sustentabilidade e a economia do conhecimento propiciem um novo ciclo de crescimento para o país e, sobretudo, para a Amazônia”, disse.
“Defender e proteger a Amazônia é desenvolver o Brasil.”
O vice-presidente voltou a recorrer a discurso que o governo tem utilizado em relação às críticas que recebe sobre a política ambiental, mais recentemente por conta das queimadas no Pantanal e na região Amazônica, afirmando que o mundo tem imagem distorcida do Brasil. Segundo ele, que criticou “narrativas simplistas e enviesadas” o país é visto “por uma janela estreita”.
Auxílio
Ao comentar os efeitos da crise do coronavírus no mundo, Mourão ressaltou a importância da adoção de auxílio financeiros aos mais prejudicados.
“A pandemia do Covid-19 demonstrou a importância de políticas de assistência financeira para que as pessoas em situação de maior vulnerabilidade estejam protegidas contra carências e privações”, declarou o vice-presidente.
“O auxílio emergencial assegura a dignidade a milhões de famílias nesse período de crise. Trabalhadores informais, microempreendedores, autônomos e desempregados contam com essa renda para que estejam em condições de se reinserir no mercado de trabalho tão logo as condições sanitárias assim o permitam.”
“A política de assistência social deverá ser aprimorada e mantida após a pandemia para continuar a prover dignidade e liberdade para as famílias vulneráveis”, declarou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou nesta quarta-feira a prorrogação do auxílio emergencial ou do estado de calamidade para além de dezembro deste ano.
Segundo ele, não há decisão de prorrogar ou articulação nesse sentido.
Há aval do presidente Jair Bolsonaro, no entanto, para a discussão e criação de um programa de distribuição de renda, o Renda Cidadã, negociação da qual Guedes participa.
Encarregado da tarefa, o senador Marcio Bittar (MDB-AC), afirmou na véspera que ainda precisa de tempo para encontrar um consenso sobre o financiamento do programa.
A criação do Renda Cidadã deve ser incorporada a parecer a cargo do senador em Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata de pacto federativo e de gatilhos do teto de gastos.