Mosaic lança no Brasil adubo que promete alta produtividade, vê retomada no mercado
A Mosaic Fertilizantes, unidade brasileira da multinacional Mosaic, lançará no Brasil o primeiro adubo mineral que combina tecnologia restauradora da biodiversidade do solo e que promete ganhos importantes na produtividade agrícola, antecipou à Reuters o vice-presidente comercial da companhia, Eduardo Monteiro, nesta sexta-feira.
O produto, chamado Performa Bio, foi desenvolvido para a agricultura brasileira e tem tecnologia pioneira no país, disse o executivo, que espera que inicialmente esse adubo desenvolvido para soja, milho, algodão e cana possa cobrir uma área de 200 mil hectares em 2023.
Em até cinco anos, a Mosaic projeta que o fertilizante possa atender 2 milhões de hectares, acrescentou Monteiro.
Em três anos de pesquisa, os ensaios mostraram ganhos de produtividade de cinco sacas de soja por hectare, o que poderia representar um aumento de quase 10% no rendimento da lavoura, considerando a média esperada para a safra atual. No milho verão, os testes indicaram 14 sacas a mais, e na segunda safra, sete sacas adicionais.
“É um grande marco na Mosaic Fertilizantes e também na agricultura nacional, ele é o primeiro fertilizante mineral sólido que vai combinar tecnologia restauradora da biodiversidade do solo no mercado brasileiro”, declarou Monteiro.
O Performa Bio estimula a recomposição da atividade de microrganismos benéficos, aumentando a capacidade de absorção e o aproveitamento dos nutrientes. Um solo mais saudável fica menos propenso a sofrer com ataques de fungos patogênicos e nematóides, por exemplo, o que garante melhora na produtividade.
O executivo não revelou qual será o custo do fertilizante ao produtor ou quanto foi investido em pesquisas e unidades industriais para a produção do Performa Bio. Também não abriu a expectativa de faturamento.
Apenas disse que a produtividade adicional oferecida aos agricultores “certamente” vai ajudar a empresa a “justificar os investimentos”.
Inicialmente, a Mosaic vai produzir o Performa Bio nas fábricas do Paraná e Minas Gerais, mas prevê expandir a produção para todas as suas unidades do Brasil, que somam hoje 16 misturadoras, conforme o executivo, que considerou ainda a possibilidade da empresa exportar a tecnologia.
Mercado
O executivo também comentou sobre o mercado brasileiro de fertilizantes, que segundo ele está favorável para compras de adubos por produtores, com relação de troca abaixo dos níveis pré-guerra –após o conflito na Ucrânia fazer os preços de adubos dispararem, agora eles estão mais acomodados.
Depois de fortes importações pelo Brasil no início do ano, com o maior mercado importador do mundo tentando se garantir diante de ameaças de escassez em função da guerra, a situação esfriou após uma redução no consumo local de fertilizantes.
“Os preços no Brasil hoje são os menores do mundo para fósforo e potássio, mas há uma situação temporal”, disse o executivo, acrescentando que seria um bom momento de os produtores fecharem negócios, pois os valores “tendem a se equilibrar com mercado internacional”.
Diante disso, ele vislumbra uma recuperação do mercado brasileiro de fertilizantes em 2023 após recuo neste ano.
Monteiro afirmou que o mercado de fertilizantes “rodou” bem nas últimas semanas, “corrigindo” um atraso na vendas de produtos para a segunda safra de milho, a maior do país, que será plantada após a colheita da soja.
Segundo ele, as vendas fechadas de adubos para atender a segunda safra já somam 80% do total projetado.
A relação de troca atual está em cerca de 35 sacas de milho segunda safra por tonelada de fertilizante, ante 50 sacas nos momentos mais desfavoráveis ao produtor. “Isso acabou estimulando os agricultores a recuperarem parte deste atraso”, disse ele, citando que em Minas Gerais, Goiás e São Paulo ainda há parcela importante a ser adquirida.