Política

Moro afirma que “apoio pessoal de Bolsonaro a Putin não representa os brasileiros”

28 fev 2022, 11:56 - atualizado em 28 fev 2022, 12:01
Sergio Moro
(Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Em seu perfil no Twitter, o pré-candidato à presidência, Sergio Moro, afirmou que “o apoio pessoal dado por Bolsonaro a Putin não representa os sentimentos e desejos do povo brasileiro”.

Moro fez a publicação em resposta à afirmação do presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo (27), de que “não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre” e que “o Brasil vai continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução”.

O tuite de Moro, feito em inglês, continua afirmando que “depois de cinco dias, a Ucrânia ainda resiste corajosamente. Nossa solidariedade está com o povo ucraniano desde o primeiro dia”.

Para o pré-candidato e ex-ministro do governo Bolsonaro, “a ambiguidade do governo brasileiro está errada”.

No dia da invasão, na quinta-feira (24), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que “o Brasil não concorda com a invasão da Ucrânia”.

“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, disse Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.

Em nota, o Itamaraty afirmou que “o Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia”.

Já Bolsonaro, no dia, se limitou a fazer uma série de tuites sobre o retorno de brasileiros que estão em regiões ucranianas ao país.

Na quinta, ele disse que “está totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”.

Bolsonaro também afirmou que “caso [os brasileiros] necessitem de auxílio para deixar a Ucrânia, devem seguir as orientações do serviço consular da Embaixada”.

Entenda o conflito Rússia e Ucrânia

O conflito entre russos e ucranianos não é nada novo em termos históricos.

Até 1991, a Ucrânia fazia parte da União Soviética, quando teve sua independência declarada. Com o colapso da URSS, a união do país foi algo difícil de ser feito, principalmente entre as regiões leste e oeste.

A Ucrânia, então, era o terceiro país com maior poderio de armas atômicas no mundo.

Os EUA e a Rússia trabalharam em conjunto com o país para desnuclearizá-lo, e os ucranianos deram suas armas nucleares para a Rússia em troca de um acordo que prometia a segurança de seus territórios de futuros ataques e invasões russos.

A transição para o capitalismo e para a democracia foi caótica, em especial no leste – o que pode ajudar a explicar a existência de territórios separatistas como os reconhecidos por Putin.

Em 2014, a Crimeia foi ocupada e anexada pela Rússia, logo após uma onda de separatismo que marcou as regiões ao leste da Ucrânia. Com a morte do presidente ucraniano que, à época, era favorável aos russos, houve uma invasão. E a relação entre os dois países nunca mais foi a mesma.

A crise deste ano, no entanto, começou com a possível entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que inclui países como Bélgica, França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos.

Para Putin, a Ucrânia não deve se tornar membro da aliança militar, permanecendo como “um Estado-tampão e neutro”. Entre uma série de exigências, o presidente russo pediu que a Otan interrompesse sua expansão para o leste, retrocedendo o envio de tropas em países que se juntaram após o ano de 1997.

Os países-membros da Organização, então, negaram as exigências de Putin e, apesar de os EUA (e a Rússia) saberem que a Ucrânia não vai entrar tão cedo para a aliança, para Putin a menção de uma provável entrada é uma ameaça à segurança de seu país.

Saiba mais clicando neste link.

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