Morning Times: Futuro da Selic será definido hoje e o Copom não tem nada a ver com isso
O mercado está de olhos e ouvidos voltados para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). O grupo se reúne nesta quinta-feira (29) para debater como ficam as metas de inflação: além de definir a meta de 2026, também está na pauta uma eventual mudança no tempo para atingir essas metas.
O que vem sendo estudado é uma revisão, passando de ano-calendário para contínua. Em abril, o ministro Fernando Haddad destacou que, os países que têm metas, consideram a inflação acumulada em 12 meses de maneira contínua (se o mês é abril, então o Banco Central vai olhar os dados acumulados até abril do ano anterior).
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No entanto, aqui no Brasil, a meta de inflação se refere ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de janeiro a dezembro, o chamado ano-calendário. Com a mudança, a política de verificação de cumprimento da meta será redefinido para o padrão internacional, deixando para o Banco Central definir o horizonte de convergência.
Se a projeção se confirmar, será algo bem-visto pelo mercado, já que traz uma certa flexibilidade para a meta. Por outro lado, caso a opção seja elevar a meta, como sugeriu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aí os investidores podem esperar problemas pela frente.
Segundo o economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquita, uma mudança no patamar da meta pode ser interpretado como um enfraquecimento do compromisso do Brasil em controlar a inflação.
“Se vier uma elevação da meta, essa melhora das expectativas de inflação tende a parar ou até mesmo ser revertida”, disse ontem, em evento com a imprensa. Nesse caso, o sonho da Selic mais baixa a partir de agosto fica cada vez mais distante.
Na agenda também ainda tem a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central do segundo trimestre.
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Lá fora, os mercados estão cautelosos com as falas dos presidentes dos principais bancos centrais em relação às suas políticas econômicas. As bolsas europeias amanheceram em cima do muro, enquanto o mercado asiático fechou misto.
Já os futuros de Wall Street estão no positivo com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre na agenda de hoje: Nasdaq sobe 0,28%, S&P 500 sobe 0,20% e Dow Jones acelera 0,20%.
Ontem, em um painel do Fórum promovido pelo Banco Central Europeu (BCE), Jerome Powell destacou que o Federal Reserve ainda pode elevar as taxas de juros em julho e setembro para controlar a inflação, apesar da pausa da última reunião.
Já Christine Lagarde, presidente do BCE, apontou que a autoridade monetária europeia também projeta um novo reajuste para cima em julho.
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Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (29)
Bolsas asiáticas (mercado fechado)
- Tóquio – Nikkei: +0,12%
- Hong Kong – Hang Seng: -1,24%
- China – Xangai: +0,31%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres – FTSE100: -0,25%
- Frankfurt – DAX: +0,03%
- Paris – CAC 40: +0,59%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: +0,28%
- S&P 500: +0,20%
- Dow Jones: +0,20%
Commodities
- Minério de ferro: -0,55%, a US$ 112,75
- Petróleo – Brent: -0,07%, a US$ 73,96 o barril
- Petróleo – WTI: -0,04%, a US$ 69,53 o barril
Boa quinta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!