Mercados

Morgan Stanley vê ganhos para bolsas dos EUA no curto prazo

17 out 2022, 8:49 - atualizado em 17 out 2022, 8:49
Morgan Stanley
A queda de 25% do S&P 500 neste ano leva o índice a testar um “sério piso de suporte” em sua média móvel de 200 semanas, o que poderia desencadear uma recuperação técnica, escreveu Wilson em nota nesta segunda-feira (Imagem: Reuters/Russell Boyce)

Michael J. Wilson, estrategista do Morgan Stanely conhecido por sua visão cautelosa para o mercado acionário, diz que as bolsas dos EUA estão prontas para um rali no curto prazo na ausência de uma capitulação dos resultados corporativos ou da confirmação de uma recessão.

A queda de 25% do S&P 500 neste ano leva o índice a testar um “sério piso de suporte” em sua média móvel de 200 semanas, o que poderia desencadear uma recuperação técnica, escreveu Wilson em nota nesta segunda-feira.

O estrategista – que previu corretamente a desvalorização do mercado acionário deste ano – disse que “não descartaria” um salto do S&P 500 para cerca de 4.150 pontos, o que representaria um ganho de 16% em relação ao fechamento na última sessão. “Embora isso pareça um movimento muito drástico, estaria em linha com os ralis de ‘bear market’ deste ano e dos anteriores”, disse o estrategista, que mantém seu posicionamento negativo para a renda variável no longo prazo.

As bolsas americanas enfrentam um 2022 difícil, e o S&P 500 poderia encerrar o ano com a maior queda anual desde a crise financeira global, diante do receio de investidores de uma recessão, causada pela inflação recorde combinada com o aperto da política monetária pelo Federal Reserve.

A alta dos preços ao consumidor para o maior patamar em 40 anos no mês passado cimentou apostas de outro aumento agressivo da taxa básica do Fed em novembro, mas Wilson acredita que a inflação atingiu um pico e “poderia cair rapidamente no próximo ano”. Ainda assim, o estrategista espera “uma desaceleração aguda e significativa dos lucros” nos próximos 12 meses.

Wilson também alertou que, embora geralmente seja necessária uma “recessão total” para o S&P 500 ficar abaixo da média móvel de 200 semanas, se o índice não conseguir manter esse nível desta vez, o rali pode não se materializar. Nesse caso, o benchmark pode cair para 3.400 pontos ou menos – pelo menos 5% abaixo do fechamento da sexta-feira, calcula. Em última análise, ele vê o mercado atingindo um piso em torno de 3.000 a 3.200 pontos.

Ao mesmo tempo, estrategistas do Goldman Sachs dizem que o S&P 500 continua caro em relação à série histórica e levando em conta as taxas de juros.

No entanto, a equipe vê boas oportunidades em ações ligadas à geração mais rápida de fluxo de caixa, valor, crescimento lucrativo, cíclicos e small caps, escreveram estrategistas como David J. Kostin em nota de 14 de outubro.

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