Morgan Stanley vai transferir US$ 120 bi em ativos para Alemanha
O Morgan Stanley planeja transferir cerca de 100 bilhões de euros (US$ 120 bilhões) em ativos para Frankfurt, outro banco de Wall Street que reduz a exposição ao Reino Unido.
O banco dos EUA espera transferir a maior parte dos ativos no primeiro trimestre do ano que vem, quando o período de transição para a saída do Reino Unido da União Europeia provavelmente terá acabado, disseram pessoas a par do assunto.
Os recursos serão transferidos para a subsidiária Morgan Stanley Europe SE, com sede em Frankfurt, disseram as pessoas, que pediram anonimato.
Uma porta-voz do Morgan Stanley não quis comentar.
A medida está em linha com esforços de vários outros bancos americanos, como JPMorgan Chase e Goldman Sachs, para reforçar as operações na UE diante do Brexit. Bancos com sede fora da Alemanha planejam transferir 400 bilhões de euros em ativos para o país até o fim do ano, mais que dobrando o balanço patrimonial combinado atual, disse o Bundesbank.
As mudanças, que para o JPMorgan incluíram 200 bilhões de euros em ativos e 200 funcionários, são apenas a “primeira onda”, disse em setembro Dorothee Blessing, corresponsável da unidade de banco de investimento europeu da empresa.
O Morgan Stanley já transferiu funcionários de Londres para várias cidades da UE, incluindo Madri e Milão, e iniciou uma plataforma de negociação em Paris em 2018.
O Morgan Stanley, que tem mais de 5 mil funcionários em Londres, atualmente emprega cerca de 350 pessoas em Frankfurt, e a entidade tinha 14 bilhões de euros em ativos no final de 2019.
Outros bancos prestes a reforçar as operações no centro financeiro da Alemanha incluem Citigroup, UBS e Standard Chartered.
A transferência de ativos planejada pelo Morgan Stanley é o mais recente sinal da onda de empresas que saem de Londres rumo à União Europeia, já que o período de transição do Reino Unido se aproxima do fim sem um acordo de serviços financeiros à vista.
Isso aumenta a preocupação no setor financeiro do Reino Unido de que a posição dominante de Londres será gradualmente corroída nos próximos anos com a realidade do Brexit, prejudicando uma das maiores indústrias do país.