Mercados

Morgan Stanley reforça aposta em rali das bolsas nos EUA

24 out 2022, 10:23 - atualizado em 24 out 2022, 10:24
Morgan Stanley
“Embora alguns possam argumentar que uma recessão é inevitável nos próximos 6 a 12 meses, o mercado não vai precificá-la, em nossa opinião, até que seja definitiva”, disse Wilson, do Morgan Stanley (Imagem: Reuters/Russell Boyce)

Um dos estrategistas mais cautelosos de Wall Street redobrou sua aposta em um rali do mercado acionário americano no curto prazo, uma semana após sua visão inicial ter sido recebida com ceticismo por clientes.

Michael Wilson, do Morgan Stanley, projeta ganhos para os índices acionários à medida que os mercados redirecionam as expectativas para a desaceleração da inflação e taxas de juros mais baixas, disse em nota na segunda-feira.

Depois de seu cenário divulgado na semana passada ter sido “recebido com dúvidas por clientes”, Wilson disse que o recuo dos rendimentos dos títulos deve fornecer combustível para a próxima etapa do rali tático, “até obtermos a capitulação total das estimativas de lucro de 2023, algo que, em nossa opinião, pode demorar mais alguns meses”.

O estrategista, que previu corretamente as perdas deste ano, prevê valorização de 15% para o S&P 500 se o índice ultrapassar a média móvel de 200 semanas, de 3.605 pontos, cerca de 4% abaixo do fechamento da sexta-feira.

Opinião semelhante é compartilhada por estrategistas da Stifel Nicolaus & Co., segundo os quais o índice de referência deve subir para 4.300 pontos nos próximos 6 meses com o recuo da inflação e a recessão adiada para o terceiro trimestre do próximo ano, disseram em nota.

O indicador avançou 2,4%, para 3.752,75 na sexta-feira, o que marcou sua melhor semana desde junho em meio ao suporte técnico e com a divulgação de lucros acima do esperado por algumas empresas.

O apetite por apostas na alta aumenta, com alguns traders cansados de recitar os mesmos velhos mantras pessimistas ligados à inflação elevada e aperto monetário.

Nem todos os estrategistas são tão otimistas. Os do Goldman Sachs dizem que os preços das ações “não refletem o risco de uma recessão nos EUA que muitos investidores esperam durante o próximo ano”, escreveram em outro relatório, no qual recomendam setores defensivos razoavelmente valorizados.

A primeira estimativa do governo dos EUA para o crescimento no terceiro trimestre será divulgada nesta semana. O PIB pode ter se expandido a uma taxa anualizada de 2,3% durante o período de julho a setembro, após ter encolhido no primeiro e no segundo trimestres, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg.

“Embora alguns possam argumentar que uma recessão é inevitável nos próximos 6 a 12 meses, o mercado não vai precificá-la, em nossa opinião, até que seja definitiva”, disse Wilson, do Morgan Stanley.

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