Mercados

Morgan Stanley indica uso da volatilidade para comprar vítimas da guerra comercial

14 maio 2019, 11:05 - atualizado em 14 maio 2019, 11:07

“Considere utilizar a volatilidade do mercado para comprar vítimas da escalada nas tensões comerciais”. A afirmação é da equipe de Wealth Management do Morgan Stanley, e indica ações de mercados emergentes, além das A-shares na China, como beneficiárias da forte queda vista nas últimas sessões.

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Para os analistas, liderados pela head Lisa Shalett, ameaças sobre maior animosidade entre China e EUA são um indicativo de uma narrativa maior, de que a alta corrente das tensões geopolíticas possuem implicações nas políticas dos países e no mercado como um todo.

Brasil: neutralidade impera

Os analistas mantiveram as mesmas premissas para o Brasil em relação à última semana. A divisão de Wealth Management acredita que o crescimento econômico permanece em tendência ascendente, porém com ritmo relativamente neutro, ou seja, sem presença de gatilhos substanciais.

Em relação aos juros, a curva de juros possui tendência de flattening (achatamento), ainda dentro da normalidade. Por sua vez, a inflação detém tendência ascendente, sendo entre baixo e moderado o ritmo.

A liquidez diminui e é neutra tanto no sistema bancário quanto na economia. A confiança e o risco também permanecem neutros, porém se tornando mais bearish (expressão usada no mercado para indicar maior cautela e menor propensão ao risco).

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Por sua vez, um ponto chama atenção: “os ativos de risco estão ricamente avaliados”, diz a equipe de Wealth Management do Morgan Stanley, com tendência de inclinação negativa nos próximos meses. Como contraparte, os lucros possuem horizonte neutro, porém com “ascendência nos valuations”: ou seja, na soma, a neutralidade impera.

Mais uma vez, a “estabilidade política dando suporte à recuperação” permanece como ponto positivo no Brasil, em um viés de médio prazo, em comparação à turbulência vista nos governos anteriores.

Vale ressaltar que, pela natureza do negócio de Wealth Management, de manutenção do capital ao invés de multiplicação, as premissas e projeções adotam tom mais conservador.

Japão barato?

Dentre as classes de ativos existentes na renda variável de todo o mundo, os mercados com P/L (Preço/Lucro) mais baixo permanecem os emergentes, com relação de 11,9 vezes – leve recuo frente a relação de 12,4 vista na última semana.

Para efeitos de comparação, os P/L dos índices S&P 500 e MSCI AC World estão atualmente na casa de 16,5 vezes e 14,7 vezes, respectivamente. A relação para o índice dos EUA era de 16,8 vezes na última semana, e a do benchmark mundial era de 15,1 vezes.

Destaque para a concepção de que o mercado acionário no Japão está relativamente barato em relação aos pares internacionais, com relação P/L de 12,7 vezes. A melhoria dos lucros e a desvalorização do iene, fortalecendo as exportações, são destacadas positivamente.

EUA e aversão ao risco

Em relação aos setores do S&P 500, os múltiplos mais atrativos em 12 meses de acordo com a equipe de análise são os do setor financeiro, com P/L de 12,1 vezes, ante relação de 11,9 vezes na semana anterior.

Por sua vez, o setor com o múltiplo mais esticado é o de “Consumer Discretionary” (setor com bens sem necessidade básica de consumo), na casa de 21,1 vezes – manutenção em relação à estimativa.

Por último, indicador de propensão ao risco prefere nesta semana atual títulos a ações. Na semana passada, a neutralidade dava a tona.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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