Internacional

Morgan Stanley enxerga aumento de liquidez no Brasil e curvas mais longas nos EUA

26 fev 2019, 11:42 - atualizado em 26 fev 2019, 11:42

A equipe global de Wealth Management do Morgan Stanley divulgou seu relatório semanal sobre as perspectivas macroeconômicas em todo o mundo, destacando a minuta do Federal Reserve e o indicativo do final do ciclo de aperto monetário neste ano, o que levará a uma “curva de rendimento mais alongada” nos Treasuries, ou seja, com maior spread entre o juro de curto prazo e o juro de longo prazo.

Para a equipe, assim como cada rodada do QE (Quantitative Easing) gerava pressão altista no yield dos títulos públicos, o QT (Quantitative Tightening) age de forma contrária, ou seja, o final do ciclo de aperto monetário possivelmente levará a maiores juros na parte longa da curva de Treasuries.

Morgan Stanley altera viés e está mais pessimista com mercado brasileiro

[Vídeo] Acompanhe os vídeos e veja como um trader está conduzindo investidores comuns a um patrimônio de R$ 5 Milhões.

Em contrapartida, a cautela permanece, visto que o alongamento da curva de juros tende, em linhas gerais, a representar maior força da economia. “Não acreditamos que o final do processo de aperto monetário manterá as taxas mais baixas em um período mais longo ou que dará força ao mercado acionário”, declaram os analistas, ressaltando anteriormente a correlação existente entre QE/QT, Treasuries e ações, e agora apontando que, “neste ciclo, uma melhora na economia não promoverá valorização em cada ação”, levando o Morgan Stanley a preferir “ações no processo de stock picking ao invés das value”.

“Além disso, estamos no final do ciclo econômico”, afirma a equipe de análise, ao destacar que a desaceleração corrente, ao invés da “mini-recessão global de 2015 focada em setores como petrolífero e intensivos em capital”, possui seu epicentro em setores altamente correlacionados com o comércio internacional, como bens de consumo, tecnologia e automobilístico. “Também destacamos que o modelo de probabilidade de 12 meses do Federal Reserve of New York para recessão está em seu patamar mais alto desde março de 2009”.

EUA: Associação de economistas alerta para risco de recessão em 2020; veja documento

Múltiplos de emergentes ainda mais baixos

Na renda variável, destaque para os mercados emergentes, com P/L (Preço/Lucro) inferior aos mercados desenvolvidos, na relação de 12 vezes – aumento frente a relação de 11,7 vezes na última semana. Em comparação, os P/L dos índices S&P 500 e MSCI AC World estão atualmente na casa de 16,3 vezes e 14,6 vezes, respectivamente, alterações frente às relações de 16,5 vezes e 14,5 vezes, na mesma ordem, listadas na semana passada.

Em relação aos setores do S&P 500, os múltiplos mais atrativos são os do setor financeiro, com P/L de 11,6 vezes para 12 meses, ante relação de 11,3 vezes na semana anterior. Por sua vez, o setor com o múltiplo mais esticado é o de “Consumer Discretionary”, na casa de 20,2 vezes – ante 19,6 vezes na projeção anterior.

Brasil com mais liquidez

Em relação as variáveis macroeconômicas e o momentum das mesmas, o Morgan Stanley lista recomendações para o País. Em relação a última semana, o comitê de investimentos enxerga tendência de melhora na liquidez do mercado como um todo, com projeção de ascendência. A equipe de análise destacou que confiança e o risco estão “mais bearish” – não alterando o viés em relação à última semana.

O banco manteve a visão de que a “estabilidade política dá suporte à recuperação”, está “neutro” frente ao crescimento econômico do País, recomenda “alocação de risco negativa” em posicionamento no juro básico e permanece com viés positivo para a inflação. Frente ao valuation, o Morgan Stanley acredita que ativos de risco estão altamente avaliados, com as expectativas de lucros “anêmica”.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar