Enquanto o mundo está incerto, não faça nada (inclusive no Brasil), diz Morgan Stanley
“Os mercados estão sendo agora forçados a lutar contra uma gama de eventos geopolíticos potencialmente desestabilizadores nos próximos dois meses: aumento das probabilidades de acordo não amigável do Brexit, protestos em Hong Kong, falência da Argentina, sanções econômicas no Irã, colapso no governo da Itália e ansiedade em relação aos custos de longo prazo e as decorrências dos incêndios na Amazônia brasileira”.
A avaliação é do Morgan Stanley Wealth Management, em relatório divulgado nesta terça-feira (3), no qual destaca o maior nível de incertezas ao redor do mundo e a consequente aversão ao risco pelos investidores, principalmente diante de eventos geopolíticos com menor previsibilidade de resultados.
Para a equipe de analistas liderada por Lisa Shalett, a cautela predomina. “Considere ficar sentado nas próximas seis a oito semanas enquanto aguardamos mais clareza no front da geopolítica”, afirma a instituição, destacando ainda que os “títulos estão muito caros para investidores utilizarem como hedge (proteção) às fraquezas de curto prazo das ações nos EUA, e os papeis internacionais estão muito baratos para serem abandonados, a medida que precificaram as notícias negativas”.
Risk-on permanece
Em relação ao Brasil, o Morgan Stanley Wealth Management analisa o momentum do PIB com “crescimento econômico anêmico”, mas com “tendência de aceleração”.
Na curva de juros, comportamento normal e achatamento (menor diferença entre a parte longa e curta dos juros), na avaliação dos analistas.
A inflação apresenta comportamento moderado e baixo, com tendência de queda. Por sua vez, a liquidez é avaliada como neutra e com trajetória ascendente. A confiança de curto prazo e o risco mantêm-se neutros, com tendência de maior otimismo.
“Os ativos de risco estão ricamente avaliados”, diz o Morgan Stanley Wealth Management, porém com tendência de alta nos valuations. Por fim, o horizonte de lucros é “anêmico”, mas com trajetória de melhora.
Em conclusão, apesar da volatilidade de curto prazo, “a convergência dos fatores fornece suporte para um approach de investimento risk-on”.