Moove, da Cosan (CSAN3), desiste de IPO em Nova York
A Moove, subsidiária da Cosan (CSAN3), adiou a precificação do seu IPO (Oferta Pública Inicial) na Bolsa de Nova York previsto para essa quarta-feira (9).
Em comunicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Cosan disse que não prosseguiu com o IPO em “função das condições adversas de mercado”.
Segundo fontes, a empresa teve dificuldades de trazer fundos “long only” ao livro de ofertas, apesar de ter uma demanda de duas vezes em relação ao volume da operação.
Uma fonte disse que a Moove pretende retomar sua oferta daqui um ano. O problema que barrou a transação, segundo as fontes, teria sido o risco Brasil, com a questão fiscal passando a ser questionada pelos investidores.
A empresa, que será listada na Bolsa de Nova York (NYSE), definiu uma meta de avaliação de US$ 1,94 bilhão. O braço de lubrificantes da Cosan e parte de seus atuais acionistas lançaram uma oferta de 25 milhões de ações e buscam levantar até US$ 437,5 milhões, a US$ 14,50 a US$ 17,50 por ação.
Esse será o primeiro IPO de uma companhia brasileira desde 2021, quando o Nubank (NU) fez a sua estreia oficial na bolsa norte-americana.
Cosan (CSAN): Para UBS, IPO da Moove ajuda mas não resolve nível de endividamento
O UBS aponta que o processo de IPO ajuda no processo de desalavancagem da Cosan, mas não o resolve completamente. O banco recomenda compra e preço-alvo de R$ 26,00 (potencial de alta de 95,34%).
“Apesar de uma ligeira melhora no último trimestre, o índice de cobertura de dívida da Cosan permanece apertado em 1,3 vez, em comparação com o nível de 1,5 a 2,0 vezes que a gestão sinaliza como adequado. A parcela secundária do IPO ajuda na jornada de desalavancagem, pois a Cosan poderia levantar o equivalente a entre 2% e 4% de sua dívida bruta de R$ 25 bilhões”, dizem os analistas Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, do UBS.