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Moody’s prepara sistema de pontuação para stablecoins

26 jan 2023, 14:34 - atualizado em 26 jan 2023, 14:35
Moody´s
Um porta-voz da Moody’s não quis comentar (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

A Moody’s vai desenvolver um sistema de pontuação para stablecoins — as criptomoedas atreladas a outros ativos — em meio a um maior escrutínio regulatório dos tokens digitais.

O sistema incluirá uma análise de até 20 stablecoins com base na qualidade dos depósitos que lastreiam as moedas digitais, de acordo com uma pessoa familiarizada com os planos que pediu para não ser identificada.

Stablecoins são tokens digitais projetados para manter um valor de um para um com um ativo menos volátil, muitas vezes o dólar. Para conseguir isso, seus emissores geralmente mantêm pelo menos uma quantidade equivalente desse ativo em reserva.

O projeto ainda está em estágio inicial e não representará uma classificação de risco oficial, disse outra pessoa com conhecimento do plano. Um porta-voz da Moody’s não quis comentar.

A empresa fornece classificações de risco para empresas de criptomoedas de capital aberto, como a Coinbase, enquanto seu braço de pesquisa emite relatórios de análises mais amplas sobre o setor.

A comprovação de reservas de stablecoins passaram por mais escrutínio nos últimos anos, à medida que o uso dos tokens aumentou e surgiram dúvidas sobre os ativos que sustentam a maior delas, o USDT da Tether. A Tether, que tem US$ 67 bilhões em stablecoins atreladas ao dólar em circulação, foi multada pelas autoridades dos EUA em 2021 por supostamente mentir sobre suas reservas.

As comprovações de reservas são geralmente publicadas mensalmente ou trimestralmente, e certificadas por empresas de auditoria terceirizadas. Essas pilhas de garantias geralmente consistem em títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo, mas algumas stablecoins mais experimentais — como o DAI da MakerDAO — dependem de outras criptomoedas para manter sua paridade.

Bancos e instituições financeiras tradicionais ficaram mais interessados em stablecoins como um meio de explorar a tecnologia. Alguns optaram por desenvolver seus próprios tokens, como o JPM Coin do JPMorgan, lançado em 2019 e usado para pagamentos internos.

O setor cripto foi abalado em maio, quando o ecossistema Terra entrou em colapso, causado pela falha de sua stablecoin algorítmica TerraUSD, que tentou manter sua paridade com o dólar por meio de um sistema complexo de código e incentivos ao operador.

O efeito dominó eliminou vários dos maiores players do setor, derrubou os preços das criptomoedas e fez com que os reguladores reprimissem a falta de transparência dos emissores de stablecoin.