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Moody’s prepara cortes maciços de ratings de empresas devido ao coronavírus

19 mar 2020, 14:13 - atualizado em 19 mar 2020, 14:13
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A Moody’s disse que cerca de 9% das 920 empresas analisadas na Europa, Oriente Médio e África tiveram uma “alta exposição” aos efeitos da pandemia (Imagem: Reuters/Richa Naidu)

A Moody’s está fazendo uma revisão global de seus ratings de empresas diante da pandemia do coronavírus e da queda nos preços do petróleo, com uma primeira onda maciça de rebaixamentos ou avisos de prováveis rebaixamentos vindo nos próximos dias.

A empresa já iniciou o processo em vários setores mais atingidos, como o de aéreas, operadoras de cruzeiros e petróleo, mas o movimento está prestes a aumentar, disseram dois dos principais analistas da empresa à Reuters.

“Estamos realizando uma revisão global dos ratings afetados pelo vírus”, disseram a diretora geral de estratégia e pesquisa Anne Van Praagh e a diretora geral de pesquisa de finanças corporativas, Christina Padgett.

“Até o final da semana, teremos uma quantidade razoável de mudanças de ratings”, acrescentou Van Praagh, dizendo que provavelmente impactará grupos inteiros de empresas ou setores sendo afetados da mesma maneira.

No início desta semana, a Moody’s disse que cerca de 9% das 920 empresas analisadas na Europa, Oriente Médio e África tiveram uma “alta exposição” aos efeitos da pandemia, enquanto outras 54% tiveram exposição moderada.

Ela também estimou que cerca de 16% das mais de dois mil empresas que avalia na América do Norte estariam em alto risco de mudança de rating no cenário, agora amplamente esperado de uma recessão global.

“Temos o vírus, a grande queda nos preços das commodities e agora (a pressão) no mercado de capitais. Essa combinação de eventos é sem precedentes, por isso temos de abordar isso de vários ângulos”, afirmou Padgett.

A primeira onda de rebaixamentos pode levar algumas semanas. Além de setores como companhias aéreas, viagens e petróleo e gás, os de transporte marítimo, hotéis, entretenimento e lazer, também serão fortemente afetados.

“Algumas das empresas maiores que estão sob pressão podem se beneficiar de um apoio extraordinário do governo – nesses casos, isso pode moderar o rebaixamento”, disse Van Praagh.