Moody’s diz que acordo da Vale por Brumadinho é positivo por resolver incertezas
O acordo de 37,69 bilhões de reais da mineradora Vale (VALE3) com autoridades de Minas Gerais para reparações relacionadas ao desastre de Brumadinho é positivo para a avaliação de crédito da empresa, por resolver incertezas quanto uma disputa judicial por danos coletivos gerados pelo incidente, disse a agência de classificação de riscos Moody’s nesta sexta-feira.
Em nota, a Moody’s destacou que a Vale possui uma alavancagem muito baixa e forte liquidez, o que faz com que os pagamentos remanescentes em dinheiro referentes ao acerto possam ser realizados sem impactar métricas-chave de crédito.
A agência disse ainda que o rating que atribui à Vale não foi impactado, acrescentando que a empresa precisa ainda apresentar um histórico de forte controle de riscos e governança ambiental.
A Moody’s disse esperar que a Vale realize a maior parte dos pagamentos do acordo nos próximos dois ou três anos, citando o foco da companhia na reparação dos danos.
Embora o acerto com autoridades não inclua pedidos de indenização individual pelo desastre, que deixou centenas de vítimas, a Moody´s disse estimar que isso não terá maior impacto sobre a empresa, uma vez que ela já assinou um número significativo de acordos individuais, com mais de 9 mil pessoas.
“Não esperamos quaisquer desembolsos materiais relacionados a acordos individuais além dos valores já provisionados”, afirmou a agência de risco.
A Moody´s também não espera efeitos significativos sobre a liquidez da companhia devido aos pagamentos esperados associados diretamente com Brumadinho.
O acordo da Vale com as autoridades mineiras foi anunciado na quinta-feira, pouco mais de dois anos depois do colapso de uma barragem de rejeitos da companhia em Brumadinho, que causou cerca de 270 mortes e impactos ambientais.