Montanha russa das ações tira o brilho da Azul, diz BB Investimentos
Os papéis da Azul (AZUL4) continuam sofrendo com as incertezas causadas pela pandemia da Covid-19. Se por um lado, uma vacina parece estar cada vez mais próxima, por outro a segunda onda da doença na Europa e nos Estados Unidos piora o cenário para as companhias aéreas.
Para se ter uma ideia, ao longo de 2020, as ações apresentam queda superior a 42%. No entanto, apenas no mês de novembro, os papéis da Azul dispararam mais de 40%.
Segundo o BB Investimentos, toda essa volatilidade tira o brilho das ações não só da Azul como de todas as empresas do setor.
O analista Renato Hallgren cita ainda a desvalorização do dólar frente ao real, que favorece a performance financeira das aéreas. Porém, a valorização do petróleo neutraliza esse efeito cambial. Ou seja, mais um fator para o sobe e desce dos papéis.
A corretora manteve a recomendação neutra da Azul, com preço-alvo de R$ 30 para o final de 2021.
Resultados
De acordo com Hallgren, a companhia apresentou um balanço neutro. Os destaques positivos ficaram por conta da preservação de liquidez, com R$ 2,3 bilhões em caixa ante os R$ 2,25 bilhões no trimestre passado e o crescimento de 40% no faturamento de transporte de cargas.
“Ainda que o setor aéreo seja um dos mais impactados negativamente pelo isolamento social (Covid-19), a Azul vem conseguindo explorar o crescimento no mercado de cargas, que foi impulsionado principalmente pelo setor do e-commerce”, argumenta.
Por outro lado, o próprio cenário aéreo ainda passa por muitas turbulências. Houve uma redução de 69% da demanda de passageiros medida pelo indicador RPK (Revenue Passenger Kilometers ou Passageiros‐Quilômetros Pagos transportados).
Com isso, a receita líquida apresentou queda de 73,4% em relação ao ano passado e o prejuízo ficou em R$ 1,6 bilhão.
“A partir do primeiro trimestre de 2021, teremos maior visibilidade com relação à retomada na demanda por voos corporativos, bem como do nível de utilização da frota da Azul”, conclui.