ATS Brasil

Monopólio da B3 em Bolsa de Valores está com os dias contados

04 mar 2018, 11:54 - atualizado em 04 mar 2018, 11:54
B3 poderia perder até 15% em participação de mercado, avalia o Santander

O risco de concorrência no mercado de renda variável, que sempre rondou a BM&FBovespa e agora B3 (BVMF3), nunca esteve tão perto de virar realidade. A ATS Brasil (Americas Trading Systems Brasil), operando desde 2013 e com sede no Rio de Janeiro, busca até 8% de participação no segmento para atingir o ponto de equilíbrio dos seus negócios. O Santander estima esse nível em 10%.

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A ATS acredita que pode chegar a algo próximo a 7% de participação de mercado depois de um ano de operação, 15% depois de dois anos e 25% em três anos, explica o banco em um relatório publicado na semana passada e assinado por Henrique Navarro e Olavo Arthuzo. Para eles, a perda de participação de mercado de 10-20% é possível para a B3, ainda que considerada a forte participação do volume de investidores de alta frequência (HFT, na sigla em inglês).

A entrada de um participante estrangeiro sempre foi dificultada por barreiras tecnológicas e pelo uso da Central Depositária de Títulos e Valores Mobiliários da B3 que, em tese, deveria oferecer os seus serviços para qualquer novo entrante, mas a qualquer preço também. Isso já deixou pelo caminho os planos da BATS e Direct Edge no país. Só a ATS continua a sonhar e, de acordo com Navarro e Arthuzo, deve começar as atividades após o final de 2018.

O Santander lembra que um painel de arbitragem começará em breve a deliberar sobre o preço para a transferência do serviço a ser fornecido pela Central Depositária. “O CADE espera contar com uma decisão em até seis meses; até lá, a B3 pode ter que lidar com taxas de pós-negociação possivelmente reduzidas”, ressalta.

Impacto

O caminho ainda é tortuoso e complicado, mas o banco avalia que é possível esperar um impacto de 11% sobre o cenário-base para a B3. Isso seria reflexo de uma perda de participação de mercado de 15% em negociação e compensação, e uma diminuição de 8% em taxas de negociação/compensação.

“Acreditamos que a estrada pode, em última instância, se tornar acidentada para a B3 e que o mercado pode reagir de modo exagerado acima desse “impacto potencial de preço-alvo” por meio da precificação em um cenário ainda mais em deterioração, impulsionado por notícias negativas sobre concorrência e regulamentação”, ressalta o banco.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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