Momento ‘único’ dificulta ficar vendido em Bolsa brasileira, diz gestor da Kapitalo
A Bolsa brasileira passa por um momento “único”, com grande prêmio e um juro real alto, o que dificulta muito ficar vendido, disse o sócio-fundador da Kapitalo Investimentos, Carlos Woelz.
Ao 40º episódio do podcast Market Makers (que faz parte do mesmo grupo que o Money Times), o gestor destacou, no entanto, que não consegue ser otimista a longo prazo com o arcabouço fiscal anunciado pelo governo.
A nova âncora, combinada a uma melhor perspectiva quanto aos juros no Brasil e no mundo, contribuiu para que o Ibovespa subisse cerca de 5% na última semana.
O cenário, no entanto, ainda é ruim mas com preços baratos, disse o gestor, acompanhado de Bruno Cordeiro e Nuno Sampaio, também da Kapitalo – casa com R$ 10 bilhões sob gestão.
Veja o episódio na íntegra:
Penalidades ‘fraquíssimas’
Woelz destacou que o mercado tem “muito medo” de explosão de gastos e disse que, por isso, qualquer restrição é muito algo muito bom. “Mas estou achando as penalidades fraquíssimas”, afirmou.
“Os cabeças de planilha, como nós, vão fazer conta e capaz de se animarem, mas qual é a persistência desse negócio? Eu acho que vale muito pouco”, completou o gestor.
Para ele, o teto de gastos já não valia nada com o governo que tinha o ministro Paulo Guedes na Fazenda. “Com [Fernando Haddad], não vai valer nada acordado”, afirmou.
O gestor não vê chances de o Banco Central cortar a Selic, a taxa básica de juros, já na próxima reunião do Copom, mesmo após dados mais recentes de desaceleração da inflação e da apresentação do arcabouço fiscal. No entanto, ele ponderou que o juro vai desacelerar neste ano porque “é alto”.
Para Woelz, há ainda uma “equipe econômica paralela” no BNDES pronta para assumir a economia. Pessoas que, segundo ele, fazem convenção com economistas heterodoxos para criticar a política monetária.
Veja o episódio na íntegra: