Moinhos de trigo do Brasil pedem isenção de tarifa de importação durante pandemia
Moinhos de trigo do Brasil estão se voltando para fornecedores além da Argentina com o objetivo de evitar a escassez do produto em meio à pandemia de coronavírus, disse à Reuters nesta quinta-feira o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Rubens Barbosa.
O Brasil, que depende da importação para 60% do consumo doméstico de trigo, está pressionando o governo a flexibilizar restrições sanitárias para importações de trigo russo e eliminar temporariamente a tarifa de 10% aplicada à importação de trigo de fora do Mercosul.
“Segundo os argentinos, haveria disponibilidade de trigo para exportação ao Brasil, mas a indústria pensa que a oferta está muito apertada, e dependendo das políticas argentinas poderá faltar trigo. Isso vai ser suprido por importação de outras procedências”, afirmou Barbosa.
Os ministérios da Economia e da Agricultura não possuíam comentários de imediato em relação aos pedidos da Abitrigo.
Prefeitos de diversas cidades na região do porto de Rosario, principal terminal de exportações agrícolas da Argentina, proibiram transportes rodoviários na área, à medida que o país se isola para conter a disseminação do coronavírus.
O executivo da Abitrigo disse que o plano é combater possíveis interrupções comerciais e logísticas por meio da importação de mais trigo de outras países. Reduzir ou eliminar tarifas de importações ajudaria a tornar a ideia mais acessível, disse ele.
No ano passado, o Brasil introduziu uma cota para a importação de 750 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos livre de tarifas.
O Brasil deve importar 7 milhões de toneladas de trigo neste ano, segundo as estimativas da Abitrigo.
“Não vai faltar trigo, mas o trigo virá mais caro. O objetivo da indústria é reduzir o custo da importação do trigo”, afirmou Barbosa.
(Atualizada às 18h42)