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Moedas emitidas por bancos centrais: serviços bancários para todos?

07 jun 2020, 11:00 - atualizado em 25 out 2020, 0:52
O “Philadelphia Fed” busca analisar quais as implicações de uma CBDC e como um banco central deveria mitigar o risco de quebra de mercado ao gerenciar a quantidade de empréstimos condedidos (Imagem: Facebook/Federal Reserve Bank of Philadelphia)

Esta semana, o Federal Reserve Bank da Filadélfia publicou o seguinte relatório: “Moedas emitidas por bancos centrais: serviços bancários para todos?”.

Elaborado por Jesús Fernández-Villaverde, Daniel Sanches, Linda Schilling e Harald Uhlig, o relatório de 34 páginas discute as implicações de uma moeda digital emitida por banco central (CBDC, na sigla em inglês), quais seus benefícios e se colocaria em risco o amadurecimento e transformação do setor bancário, caso entrasse em competição com bancos privados.

De início, os pesquisadores explicam como os avanços recentes nas técnicas de criptografia e de registro distribuído abriram as portas para o amplo uso de criptoativos. Fazem menção a iniciativas privadas, como bitcoin (BTC), ether (ETH) e a stablecoin Libra, que fizeram com que pesquisadores e reguladores explorassem a possibilidade de emissão de CBDCs.

Eles afirmam que CBDCs podem ser uma importante inovação na história monetária e bancária, já que podem fornecer aos clientes a possibilidade de ter uma conta no banco central, e não em um banco privado, já que o banco central seria responsável pelos empréstimos.

No relatório, se propõem a explorar quais as consequências de uma CBDC em relação a taxas de juros, evasão fiscal ou anonimidade, além de como sua aplicação pode reduzir o desespero em ir até uma agência bancária para sacar dinheiro em épocas de turbulência dos mercados.

Eles fornecem um panorama histórico sobre serviços bancários e como o surgimento de “dinheiro digital” fomentou o debate sobre o papel dos bancos centrais.

Além disso, discutem sobre o modelo bancário Diamond–Dybvig de 1983, em que os bancos devem fornecer serviços robustos para evitar o pânico de clientes em épocas de crise.

Eles consideram uma estrutura em que a CBDC toma a forma de uma conta-corrente no banco central. Assim como um banco comercial, o banco central deteria ativos mas, em contraste a bancos comerciais, não poderia usá-los em investimentos a longo prazo.

O relatório afirma que o banco central pode atuar como um intermediário para fornecer serviços completos a todos, mesmo gerando competição com bancos privados.

Isso porque, ao querer fornecer empréstimos assim como bancos privados, conhecidos por facilitarem esses serviços a longo prazo, as pessoas podem entrar em pânico e, mesmo tendo pegado empréstimo do banco central, podem fazer com que o mercado caia e atrapalhe os mercados monetários.

O relatório sugere que o banco central deve evitar investir em instituições que ainda estão amadurecendo porque, caso haja pânico de investidores, o risco possa ser gerenciado para que não haja quebra dos mercados. É necessário gerenciar se há mais dinheiro emprestado do que dinheiro retido.

Confira, na íntegra, o relatório publicado pelo Federal Reserve Bank da Filadélfia:

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