BTG monta carteira de sobrevivência para janeiro com duas trocas; veja as 10 ações
O BTG continua em seu ‘modo sobrevivência’ para lidar com a piora do cenário brasileiro. Desde o final de novembro, o Ibovespa amargou queda de 4%, enquanto o dólar se mantém acima de R$ 6.
“O atual cenário fiscal altamente incerto, o aumento das taxas de juros e a falta de visibilidade sobre possíveis catalisadores de curto prazo indicam um início de 2025 difícil”, explica.
Os analistas recomendam que os investidores posicionem seus portfólios de forma mais defensiva e que foquem em ações com um fluxo de caixa mais concentrado no curto prazo, pagadoras de altos dividendos e empresas que se beneficiem de um dólar mais forte.
“Os lucros das empresas que vendem principalmente no mercado interno devem crescer muito menos em 2025 do que em 2024, e para aquelas altamente alavancadas e com a maior parte de sua dívida atrelada à taxa Selic, a situação pode ser mais desafiadora”, diz.
Para o banco, considerando a enorme carga de dívida, as altas taxas de juros e o ritmo potencialmente acelerado da deterioração fiscal, a única maneira de os preços dos ativos se estabilizarem ou melhorarem seria se o governo implementasse mudanças mais estruturais no orçamento, “o que parece altamente improvável neste momento”.
Trocas
Em sua carteira para janeiro, os analistas realizaram duas alterações, com a saída da Cyrela (CYRE3) e Copel (CPLE6) para a entrada de Eletrobras (ELET3) e JBS (JBSS3).
Segundo o relatório, a entrada do frigorífico aumenta ainda mais a exposição ao dólar com a adição da processadora de alimentos com yield de geração de caixa 12%.
Entre as empresas de serviços básicos, a troca da Copel pela Eletrobras se deve a um acordo com o governo sobre governança e a Eletronuclear, que pode estar próximo.
Outras ações
De acordo o BTG, as produtoras de papel e celulose Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) são bons investimentos no cenário atual, já que os preços da celulose parecem ter atingido as mínimas.
Apesar de não achar a WEG (WEGE3) barata, o BTG diz que a empresa oferece perspectivas de crescimento resilientes, altos retornos, exposição cambial e presença em mercados promissores, como energias renováveis.
“Nosso portfólio tem alguma exposição cambial adicional por meio da Petrobras (PETR4), já que os preços do petróleo e dos derivados são baseados em preços internacionais”, dizem.
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E além das empresas que ganham com um dólar mais forte, o BTG também dá preferência as que pagam dividendos sólidos.
“A provedora de seguros BB Seguridade (BBSE3), que se beneficia das taxas de juros mais altas, deve pagar dividendos elevados”.
O banco gosta da TIM (TIMS3), uma empresa de telecomunicações já estabelecida, “para a qual modelamos pagamentos de dividendos que poderiam representar até 17%”.
Em dezembro, o portfólio caiu 2,5%, ficando acima do Ibovespa (-4,3%) e do IBrX-50 (-4%).
Veja as 10 ações indicadas pelo BTG para janeiro
Empresa | Ticker | Peso |
Petrobras | PETR4 | 15% |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 10% |
WEG | WEGE3 | 10% |
Suzano | SUZB3 | 10% |
BB Seguridade | BBSE3 | 10% |
Sabesp | SBSP3 | 10% |
Tim | TIMS3 | 10% |
Eletrobras | ELET3 | 10% |
Marcopolo | POMO4 | 5% |
JBS | JBSS3 | 10% |