Saúde

Modo de tratar Covid no início não é decisivo na pandemia e sim a vacinação, diz Queiroga

04 jun 2021, 15:56 - atualizado em 04 jun 2021, 15:59
Queiroga
“Existem dois grupos de médicos: uns mais vinculados às sociedades científicas e à academia, outros médicos assistenciais”, disse Queiroga (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira que a divergência sobre tratamento inicial da Covid-19 se dá entre médicos mais ligados às sociedades científicas e os assistenciais, mas ressaltou que não é isso que será decisivo no combate à pandemia, e sim a vacinação.

“Existem dois grupos de médicos: uns mais vinculados às sociedades científicas e à academia, outros médicos assistenciais”, disse Queiroga ao programa CB.Poder, da TV Brasília, ao comentar declaração da infectologista Luana Araújo sobre o chamado tratamento precoce com medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina.

“E há uma divergência de ponto de vista, seja calcado em evidências científicas sólidas ou não — até porque, em relação à Covid, evidências científicas sólidas é o que não há, está se construindo essas evidências”, acrescentou.

Luana Araújo, que chegou a trabalhar 10 dias com Queiroga, mas não foi efetivada no ministério por veto do Palácio do Planalto, prestou depoimento à CPI da Covid no Senado na quarta-feira, criticando duramente o chamado tratamento precoce.

“Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente… é como se a gente estivesse escolhendo de que borda da Terra plana a gente vai pular”, afirmou a médica.

Queiroga disse que não viu o depoimento da infectologista quando a apresentadora do programa mencionou essa declaração, e lembrou que delegou à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) decidir sobre a questão.

Luana Araújo, que chegou a trabalhar 10 dias com Queiroga, mas não foi efetivada no ministério por veto do Palácio do Planalto, prestou depoimento à CPI da Covid no Senado na quarta-feira (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

“É preciso que a classe médica harmonize essa questão, porque essa decisão, em termos do que vai se fazer no início da doença ou não, não vai interferir decisivamente no curso dessa pandemia. O que interfere é a vacinação”, afirmou o ministro, acrescentando que não acompanha os depoimentos na CPI.

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Veja o depoimento:

“Eu não vejo rede social, eu não participo de grupo de WhatsApp, porque isso vai desviar meu foco… Não participo de grupo de WhatsApp, não comento essas questões. Eu tenho um único e exclusivo foco: vacinação da população brasileira, trazer um ambiente mais harmônico numa situação sanitária complexa”, disse.