Economia

Modelo da China parece perto do esgotamento, vê gestora de Gustavo Franco

26 fev 2024, 12:52 - atualizado em 26 fev 2024, 12:56
China
“Sintoma mais evidente desse impasse é a inflação, que, na variação ano contra ano, mostra uma queda de 0,8%”,  destacam os economistas da gestora (Imagem: Pixabay)

O modelo chinês voltado para a demanda parece estar perto do esgotamento, destaca trecho do consenso de fevereiro da gestora Rio Bravo, do ex-BC Gustavo Franco, obtido com exclusividade pelo Money Times.

De acordo com o documento, assinado por Evandro Buccini, sócio e diretor de gestão de crédito e multimercado, e Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, o país mostra dificuldade em convencer que é capaz de se voltar para a oferta.

“Sintoma mais evidente desse impasse é a inflação, que, na variação ano contra ano, mostra uma queda de 0,8%”, colocam.

Nesta segunda-feira (26), o minério de ferro, um dos principais termômetros da economia chinesa, voltou a desabar 3,21%, a 875 iuanes (121,57 dólares) por tonelada, o menor valor desde 27 de outubro de 2023, após uma queda de mais de 6% na semana passada.

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China: Japonização da economia?

Os economistas sustentam que o risco é de que a China entre em um marasmo econômico como o observado no Japão.

“A economia japonesa perdeu seu forte dinamismo visto na década de 1990 em virtude de uma crise financeira que se arrastou por décadas. O sinal da estagnação é o mesmo: dificuldade em manter uma inflação positiva”, colocam.

Eles lembram ainda que nesta onda de inflação global mais alta, havia expectativa de que o Japão voltasse a um ritmo mais forte de crescimento. Os dados do último trimestre, entretanto, não foram tão animadores.

“Nesse sentido, a atividade econômica mais fraca também afastou as chances de uma normalização da política monetária. O BoJ (Banco Central do Japão) é o último banco central a manter taxas de juros negativas”, discorrem.

O Japão perdeu o título de terceira maior economia do mundo, após uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) e entrada de recessão técnica em 2023. O posto agora é ocupado pela Alemanha.

A atividade econômica do país asiático caiu 0,4% em uma taxa anualizada no período de outubro a dezembro, contrariando as previsões do mercado de um aumento de 1,4%. Vale lembrar que no trimestre anterior, o PIB do Japão caiu 3,3% no trimestre anterior, o que já se caracteriza como uma recessão técnica.

Com informações da Reuters