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Mobly (MBLY3) salta 10% com cancelamento da OPA e briga com a Tok&Stok no radar

22 abr 2025, 16:12 - atualizado em 22 abr 2025, 16:12
Mobly
Ações da Mobly sobem nesta terça (22) em meio a imbróglio com a Tok&Stok (Imagem: Reprodução/ Facebook da Mobly)

A situação entre a Mobly (MBLY3) e a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, se agravou desde que uma oferta pública de ações (OPA) pelas ações pela Mobly entrou no radar, menos de um ano após a união das companhias.

Nesta terça (22), a Mobly informou, via fato relevante, que a realização de uma investigação interna mostrou indícios de atuação coordenada e não divulgada ao mercado entre membros da família Dubrule, representantes do Grupo XXXLutz e da Home4 sobre a aquisição das ações da Mobly, em condições diferentes das publicadas no edital da OPA.

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Importante pontuar que a família Dubrule é quem entrou com o pedido da OPA, enquanto o Grupo XXXLutz é controlador da Home24, que detém 44,2% do capital social da Mobly.

Segundo o fato relevante desta terça, após apresentação das evidências coletadas até o momento, e consultados os assessores legais e financeiro, o conselho de administração da Mobly deu passe livre par a administração tomar as medidas cabíveis nas esferas administrativa, cível e criminal.

“Dentre tais medidas, a administração informa que protocolará junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), nesta data, o pedido de cancelamento da OPA e de apuração de responsabilidades dos envolvidos”, diz o documento.

As ações da Mobly operam em expressiva alta no pregão desta terça (22). Por volta de 16h05, MBLY3 saltava 10,58%, a R$ 1,15.



OPA por ações da Mobly

Na última semana, a Mobly recebeu da Regain Participações e de Paul Jean Marie Dubrule o edital de oferta pública de aquisição de até 100% das ações da empresa, com o preço de R$ 0,68 por ação. A família sustenta Dubrule o pedido em uma dívida superior a R$ 600 milhões e ao fato de a Mobly não ter gerado lucro desde seu IPO em 2021.

Além disso, a família anunciou a intenção de capitalizar a Mobly caso a OPA seja bem-sucedida. Os acionistas Régis Edouard Alain Dubrule, Ghislaine Thérèse de Vaulx Dubrule e Paul Jean Marie Dubrule se comprometeram a investir R$ 100 milhões na empresa, dependendo da liquidação da OPA.

Na tentativa de tomar o controle da companhia, a família também comprometeu-se a converter suas debêntures Tok&Stok (no valor atualizado de R$ 56,5 milhões) em ações da Mobly e a capitalizar o crédito de R$ 68,8 milhões que detêm contra a Tok&Stok.

No fim de março, a Mobly recebeu uma solicitação da Home24 propondo a alteração do artigo 36 do estatuto social da companhia e, sob certas condições, a exclusão dos artigos 35 a 40 do mesmo documento.

Em reunião do conselho de administração, realizada para discutir a proposta, a recomendação unânime foi para que os acionistas rejeitem a proposta da empresa alemã. Segundo o conselho, as mudanças sugeridas poderiam prejudicar a companhia e destruir valor ao acionistas ao remover proteções contra aquisições sem a existência de uma oferta vinculante e um preço justo pelo controle da empresa.

A Mobly informou ainda que a proposta da Home24 seria incluída na pauta da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, marcada para 30 de abril de 2025. Para garantir ampla participação dos acionistas, o tema também será incluído no boletim de voto a distância da assembleia.

A primeira mudança proposta trata da revisão do artigo 36 do estatuto social da Mobly, que atualmente estabelece um preço mínimo para ofertas públicas de aquisição de ações (OPA) com base em determinados critérios, acrescido de um prêmio de 20%.

A proposta da home24 visa excluir esse prêmio e simplificar os critérios, determinando que o preço seja o maior entre o preço médio ponderado pelo volume das negociações dos últimos 180 dias e o maior preço pago pelo ofertante nos seis meses anteriores.

A segunda matéria propõe a exclusão dos artigos 35 a 40 do estatuto social da Mobly, que estabelecem a obrigatoriedade de OPA quando um acionista adquire 20% ou mais do capital da empresa.

Fusão Mobly e Tok&Stok

Em agosto de 2024, a Mobly anunciou acordo com a gestora SPX, controladora da Tok&Stok, para assumir o controle da companhia. A fusão criou um gigante no mercado de móveis e decoração, com receita anual estimada de R$ 1,6 bilhão. Contudo, o negócio não foi bem recebido pela família fundadora da Tok&Stok, que recorreu à  Justiça para contestar a operação.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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