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Mobly (MBLY3): Família fundadora da Tok&Stok afirma que oferta considera ‘significativos desafios e riscos’

10 mar 2025, 10:51 - atualizado em 10 mar 2025, 10:54
Mobly
(Imagem: Facebook/Mobly)

A família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, enviou carta para a Mobly (MBLY3) detalhando os fatores considerados para a oferta feita para a aquisição da companhia menos de um ano após a união de ambas. Vale lembrar que, na última semana, a diretoria e conselho da Mobly apontaram a proposta como “inviável”.

Se na semana passada a Mobly apontou seus motivos para não acreditar no andamento da operação tendo em vista o preço calculado na oferta, a família citou “significativos desafios” incorporados no cálculo, entre eles dívida de mais de R$ 600 milhões e o fato de que a Mobly não gera lucro desde seu IPO, em 2021.

Para recapitular, Régis Edouard Alain Dubrule, Ghislaine Thérèse de Vaulx Dubrule e Paul Jean Marie Dubrule formalizaram a intenção da família de obter o controle da Mobly e até 100% do capital.

A oferta pública de ações (OPA) prevê a aquisição da totalidade das ações — um pouco mais de 122,7 milhões —, com o preço de R$ 0,68 por ação. Com o preço proposto, a operação somaria cerca de R$ 83,4 milhões.

A ação da Mobly encerrou na sexta-feira (7) cotada R$ 1,32. O IPO precificou a ação em R$ 21.

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A história Mobly e Tok&Stok

Em agosto de 2024, a Mobly anunciou acordo com a gestora SPX, controladora da Tok&Stok, para assumir o controle da companhia. A combinação criou um gigante no mercado de móveis e decoração, com receita anual estimada de R$ 1,6 bilhão. Contudo, o negócio não foi bem recebido pela família fundadora da Tok&Stok, que brigou na Justiça para contestar a operação.

Na época, Régis Dubrule, que fundou a Tok&Stok em 1978 com a esposa, Ghislaine, criticou publicamente a combinação de negócios. “É o abraço de afogados, mas nós sabemos nadar. Estamos absolutamente convencidos de que conseguimos salvar a Tok&Stok sozinhos”, disse na época em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Para que a Mobly não fosse arrastada para o endividamento da Tok&Stok, foi desenhado um modelo engenhoso.

A Tok&Stok protocolou simultaneamente ao negócio seu pedido recuperação extrajudicial, com um pré-acordo dos credores já firmado. Ele prevê um ano de carência no pagamento de juros e dois anos para o início das amortizações. O prazo final foi estendido para 2034.

A Tok&Stok, que já chegou a valer R$ 1,1 bilhão, foi avaliada no negócio por 10% desse valor — ou R$ 112 milhões.

*Com Liliane de Lima

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.