Coluna da Alessandra Velloso

Mobilização de bilhões: Confira os incentivos para reconstruir o Rio Grande do Sul

19 maio 2024, 12:00 - atualizado em 17 maio 2024, 12:00
Rio Grande do Sul enchentes Porto Alegre
Rio Grande do Sul: CMN liberou mais de R$ 8 bilhões para bancos com mais de 10% da carteira de crédito emprestada a municípios gaúchos. (Crédito: Edivan Rosa)

Nos momentos mais desafiadores, a solidariedade se torna a força motriz que impulsiona a reconstrução. Diante da maior tragédia climática que assola o Rio Grande do Sul, a resposta do setor bancário brasileiro se destaca como um exemplo de cooperação e compromisso com a economia nas comunidades mais afetadas.

Isso porque a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) liderou um esforço que já soma R$ 126 milhões em doações. Além disso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) liberou R$ 8,3 bilhões para bancos com mais de 10% da carteira de crédito emprestada a municípios gaúchos inseridos no decreto estadual de calamidade pública.

Estamos falando de mais de 440 cidades afetadas. O Rio Grande do Sul precisa de todo o apoio possível para restaurar casas, escolas, unidades de saúde, estradas e empresas que, infelizmente, foram devastadas pelas águas.

A magnitude desse desafio não pode ser subestimada. Outras medidas emergenciais anunciadas pelo setor financeiro – como renegociação de dívidas, capital de giro, prorrogação de contratos, isenção de tarifas e flexibilização de carências – devem ser fortalecidas, como uma ajuda extremamente necessária. O socorro imediato é importante, assim como o suporte a médio e longo prazos, para que os empreendedores consigam se reerguer.

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Aprendemos na pandemia que as incertezas são nocivas não só para a economia, mas para a saúde, para a educação, para a infraestrutura, para a segurança e para o atendimento social. Mitigar riscos, neste momento, é uma obrigação de todos.

É uma responsabilidade do Brasil, pois o Sul contribuiu e muito para o Produto Interno Bruto (PIB) do País. Não podemos deixar prevalecer um sentimento generalizado de pessimismo, de desistência dos negócios, de desalento e escassez. A crise não pode nos paralisar.

É óbvio que ainda estamos no momento mais dramático, com foco e atenção total aos resgates e salvamentos. Mas quando a água baixar, nós, gaúchos, iniciaremos uma fase ainda mais desafiadora, de contabilizar as perdas, planejar a retomada, estudar novas soluções, recuperar a capacidade produtiva, os empregos, a fonte de renda e a independência de milhares de famílias.

Precisamos ter em mente que a união de esforços – como essa capitaneada pela Febraban – terá resultados para além dos valores monetários, pois representa uma demonstração tangível de esperança para as vítimas das enchentes.

Quando o Rio Grande do Sul iniciar sua jornada rumo à recuperação, é imperativo que continuemos a apoiar e reconhecer os esforços do setor bancário, da iniciativa privada, das organizações civis e instituições de toda ordem. As contribuições não apenas fornecem recursos materiais, mas também inspiram confiança e renovam nossa fé na capacidade de superar as adversidades juntos.

Em tempos de crise, a verdadeira virtude de uma sociedade é sua capacidade de somar forças e protagonizar a mudança. É se fazer ouvir pelo poder público, seja federal, estadual e municipal. E vale fazer, com justiça, um reconhecimento a todos os voluntários – gaúchos, brasileiros e estrangeiros – que doam tempo e energia para enfrentar essa calamidade com determinação e compaixão.

Graças à generosidade de muitos, o Rio Grande do Sul está dando resposta aos seus cidadãos. Que este exemplo de união siga sendo o norte, para que mostremos cada vez mais valor e constância.