Internacional

Mitsubishi e Aleph planejam vender carne cultivada no Japão

09 jan 2021, 12:00 - atualizado em 05 jan 2021, 19:26
Carnes
A parceria reflete os avanços recentes da chamada indústria de carne cultivada, que surgiu principalmente em resposta aos direitos dos animais (Imagem: Reuters)

A Mitsubishi fechou uma parceria com a israelense Aleph Farms para um projeto de carne bovina cultivada em laboratório no Japão, onde a demanda por carne está em alta.

As duas empresas trabalharão na adaptação da carne da Aleph – cultivada em tonéis a partir de células musculares de animais vivos – de acordo com os gostos e nuances de consumidores japoneses e órgãos reguladores, disse Didier Toubia, CEO da Aleph, em entrevista de seu escritório em Rehovot, Israel.

Então usariam os recursos de fabricação da Mitsubishi para aumentar a produção e distribuição, afirmou.

A Aleph, cujos investidores incluem a gigante americana de alimentos Cargill, planeja vender seu lote inicial de carne cultivada em laboratório para consumidores na Ásia no próximo ano, com o Japão “no topo da lista” de países-alvo, disse Toubia.

Toubia não quis dar mais detalhes sobre o acordo das empresas ou planos para obter a aprovação regulatória. A Mitsubishi quer examinar o potencial do mercado de carne cultivada ao se tornar especialista no setor, disse um porta-voz da empresa na terça-feira.

A parceria reflete os avanços recentes da chamada indústria de carne cultivada, que surgiu principalmente em resposta aos direitos dos animais e preocupações ambientais.

A Aleph está entre as cerca de 60 startups que buscam vender carne bovina ou de aves que evitam o abatedouro e a agricultura moderna em escala industrial, e os países começam a abrir caminhos para os consumidores.

A Mitsubishi, com sede em Tóquio e que registrou US$ 15,6 bilhões em vendas de alimentos nos 12 meses até março, explora um setor que deve crescer. O mercado de carne à base de células deve somar US$ 140 bilhões na próxima década, de acordo com previsões compiladas pela Blue Horizon, que investe em proteínas alternativas.

Isso ainda está longe do tamanho do setor de carne, que movimentou US$ 1,3 trilhão no ano passado, de acordo com a Global Data. Os altos custos de produção e o ceticismo dos consumidores em relação ao sabor e às implicações para a saúde estão entre as maiores barreiras ao crescimento acelerado.

Os governos também devem ser convencidos. No mês passado, Cingapura tornou-se pioneira a aprovar a venda de carne cultivada. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apoia o setor.

Ele visitou uma fábrica da Aleph no mês passado e experimentou seu bife cultivado como parte da iniciativa para promover as startups do país.

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bloomberg@moneytimes.com.br
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