Mitre Realty arremata Daslu por R$ 10 milhões
Nesta quarta-feira (8), a incorporadora e construtora Mitre Realty (MTRE3) anunciou que arrematou a marca Daslu por R$ 10,5 milhões. Deste valor, os R$ 500 mil são de comissão para a leiloeira Sodré Santoro, a responsável pelas negociações.
O leilão foi realizado ontem, mas a aquisição precisa ser liberada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) – só depois disso que a varejista de luxo vai para as mãos da Mitre, que terá direito às 51 marcas da Daslu, como Daslulu, Terraço Daslu, Daslu Vintage, Daslulabel, Villa Daslu e DasluShoe Space, entre outras.
A expectativa da incorporadora é fortalecer o seu posicionamento no mercado de altíssimo padrão. “A Mitre Realty sempre teve como estratégia a diferenciação de seus produtos em relação aos da concorrência. Queremos oferecer diferenciais inéditos em empreendimentos também de altíssimo padrão, trazendo uma experiência de lifestyle única, muito mais completa e abrangente”, afirmou em nota Fabricio Mitre, CEO da empresa.
O leilão foi disputado: foram 32 lances, sendo que o mínimo era de R$ 1,4 milhão. O valor mínimo foi questionado pelos atuais detentores da marca – a DSL Comércio Varejista e a Expertisemais Perícias. A DSL apresentou um laudo apontando que a marca vale R$ 40 milhões.
Quem é
A Mitre Realty atua no mercado de médio, alto e altíssimo padrão em São Paulo há quase 60 anos. A empresa abriu capital na B3 em fevereiro de 2020 e, desde então, acumula baixa de 74%.
No ano passado, ela lançou 10 empreendimentos, totalizando R$ 1,8 bilhão em valor geral de vendas lançados (também conhecido como VGV, é a soma do valor potencial de venda de todas as unidades de um empreendimento).
Além disso, na segunda-feira (6), a Mitre anunciou o seu primeiro lançamento de 2022, com VGV de $ 121 milhões e 337 unidades.
Grife de luxo
A Daslu começou no final dos anos 50, quando as socialites Lucia Piva Albuquerque e Lourdes Aranha inauguraram um boutique de luxo no bairro de Vila Nova Conceição, em São Paulo. Lá eram comercializadas marcas nacionais e estrangeiras.
Nos anos 2000, a pequena boutique se tornou uma das maiores grifes de luxo do país. Tanto que, em 2005, foi inaugurada a Villa Daslu – loja que ocupava uma área de quase 20 mil metros quadrados, na Vila Olímpia, que recebeu um investimento de R$ 200 milhões.
Mas o império começou a ruir quando, poucos meses após a inauguração da Villa Daslu, a Polícia Federal deflagrou a Operação Narciso. Nas investigações, foram descobertas práticas de sonegação fiscal, que levaram à prisão de Eliana Tranchesi, filha da fundadora da Daslu e CEO da empresa, em 2009. No ano seguinte, a companhia entrou em recuperação judicial, com dívidas de R$ 80 milhões.
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