Mitre está entregando o que prometeu no IPO, mas há ações mais baratas
Divulgado nesta segunda-feira (15), o balanço do quarto trimestre da Mitre (MTRE3) foi bem recebido pelos analistas. Bruno Mendonça e José Cataldo, que assinam o comentário da Ágora Investimentos sobre o assunto, destacaram os “resultados operacionais sólidos”.
Para a dupla, os números do quarto trimestre e os consolidados do ano compõem “um cartão positivo de boas-vindas aos investidores após o IPO de 2020, com lançamentos e velocidade de vendas sólidas que tendem a aumentar a confiança do mercado nos ambiciosos planos de crescimento da Mitre.”
Entre os números elogiados pela Ágora, está o crescimento de 30,4% nos lançamentos, na comparação de 2019 e 2020, medidos pelo VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 920 milhões. O aumento de 31,6% nas vendas, para R$ 607 milhões na mesma base, também foi mencionado.
Múltiplo razoável
Os bons resultados e a queda acumulada de 15% desde fevereiro melhoram a boa vontade dos analistas com a ação. “Vemos a avaliação do MTRE3 mais razoável em termos absolutos em 1,4x P/VPA (um VPA robusto em caixa)”, afirma a Ágora.
O problema, contudo, é que a construtora não é a única com ações em Bolsa. Outros papéis continuam mais interessantes que os dela.
“Em termos relativos, ainda favorecemos outros nomes como Trisul (TRIS3) quando a vemos sendo negociada a 9,8x P/L contra 18,9x da Mitre, principalmente ajustado aos riscos inerentes embutidos em uma história de crescimento rápido.”
Para o CEO, Fabrício Mitre, em entrevista ao site Seu Dinheiro, as “ações não refletem o preço-justo” e a companhia tem “grande espaço para crescer”.
Veja o relatório de resultados divulgado pela Mitre.