Missão cumprida: Mercados aliviados com resultado do G20; cautela continua
O resultado da cúpula do G20, que ocorreu no Japão no fim de semana, repercutiu na sessão de segunda-feira dos mercados financeiros globais, quando houve um forte rali que viu o S&P 500 atingir um novo recorde, à medida que aguardavam sinais de progresso real nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China.
Os investidores estavam, entretanto, com um humor cauteloso na terça-feira, com a nova ameaça dos EUA de impor tarifas de importação em outro alvo, a tradicional parceira comercial União Europeia. O governo diz que vai retaliar se o bloco europeu não retirar subsídios à fabricante de aeronaves Airbus, maior concorrente da americana Boeing. Os EUA ameaçaram taxar mais US$ 4 bilhões de produtos europeus – entre os quais queijo, azeitonas e vinho -, se juntando aos US$ 21 bilhões divulgados em uma lista em maio.
Mesmo assim, os principais índices de Wall Street encerraram a sessão desta terça-feira em alta. Dow Jones subiu 0,26%, S&P 500 teve ganhos de 0,29%, enquanto o índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,22%.
Em contraposição à crescente tensão comercial com os europeus, os EUA interromperam uma guerra comercial com a China após um encontro bem-sucedido, no último sábado, entre o presidente Donald Trump e seu colega chinês, Xi Jinping, paralelamente à cúpula do G20 realizada no Japão.
Trump disse que vai adiar mais tarifas sobre produtos chineses e aliviar as restrições à empresa chinesa de tecnologia Huawei. A China, por sua vez, concordou em fazer novas compras não especificadas de produtos agrícolas dos EUA.
Os dois lados finalmente concordaram em reiniciar as negociações comerciais, que estavam suspensas nos últimos meses.
Petróleo
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que concordou com o príncipe da Arábia Saudita, Mohammed Bin-Salman, em estender os atuais cortes de produção de 1,2 milhão de barris por dia, de seis a nove meses após a reunião do G20.
O acordo foi o suficiente para que o petróleo atingisse seu maior valor em cinco semanas, a US$ 60,28 na segunda-feira. Entretanto, o temor por desaceleração do crescimento da economia global, renovada com a nova frente da guerra comercial, derrubou os preços da commodity na terça-feira, ofuscando o novo consenso entre a Opep e países produtores não-membros do cartel. O preço do petróleo WTI, negociado em Nova York, mergulhou 4,76% a US$ 56,28, enquanto o Brent, referência mundial e cotado em Londres, caiu 3,89% a US$ 62,53.