Delação da JBS

Ministro do Planejamento diz esperar que delações da JBS não tenham efeitos maiores na economia

30 maio 2017, 23:49 - atualizado em 05 nov 2017, 14:02

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, disse hoje (30), em São Paulo, esperar que os impactos das delações da JBS não tenham um efeito maior do que os já causados até agora. “ O que não significa que a equipe econômica não esteja em permanente atenção”, disse.

Oliveira disse que ainda é cedo para o governo avaliar os impactos das delações na economia.  “O que podemos medir, a partir dos dados do mercado financeiro disponíveis até agora, é que houve um primeiro momento em que os mercados fizeram uma reavaliação dos ativos, desvalorizaram, e a Bolsa caiu no primeiro dia, mas, desde então, houve uma certa serenidade do mercado. O mercado tem se mantido de maneira razoavelmente estável”, disse. “Não estamos esperando que haja, a partir dessa delação, um impacto extenso nem prolongado na economia. O que estamos acreditando que acontecerá é a recuperação da economia ao longo deste ano”

O ministro disse que não vê necessidade do governo revisar, neste momento, suas expectativas com a economia. “Nossas expectativas sobre o PIB [Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país] e outras variáveis econômicas não se alteraram até este momento. Continuamos com a mesma projeção que tínhamos”, disse, ressaltando que o governo continua trabalhando pela aprovação das reformas. “Todas as mensagens que governo tem dado é de continuidade e apoio às reformas”.

Questionado se o governo não teria dificuldades para aprovar a reforma da Previdência neste momento de crise política, Oliveira disse que isso só poderá ser avaliado e medido durante a votação. “Qualquer avaliação preliminar é sempre uma projeção e uma avaliação precária. O que se faz no Congresso é construir o consenso necessário para se chegar na votação. Não se coloca votação desse tipo para ver o que acontece e isso está sendo construído”, disse. “É evidente que há uma crise política e que isso afeta a construção desse consenso, mas não quer dizer que isso inviabiliza. Acho que a delação atrapalhou um pouco [sobre a demora na aprovação das reformas].”

A jornalistas, em entrevista coletiva concedida no Fórum de Investimentos Brasil 2017, o ministro disse que o período de recessão no país está sendo finalizado. Ele citou medidas tomadas pelo governo atual para diminuir a participação do Estado na economia, principalmente com o ajuste fiscal e as reformas trabalhista e da Previdência. “Esse conjunto de propostas do governo já deu resultados. A inflação está abaixo de 4%, as taxas de juros estão caindo e os investimentos internacionais no Brasil estão aumentando”.

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