Ministro diz que é preciso aguardar para saber se recorde de mortes por Covid-19 é tendência ou dado represado
O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quinta-feira que não sabe se o recorde de novas mortes por coronavírus registrado nesta quinta-feira representa uma tendência de aumento ou se foi consequência de diagnósticos que estavam represados, e acrescentou que será preciso aguardar os próximos dias para se fazer uma avaliação.
O Brasil registrou nesta quinta-feira recordes diários tanto de novos casos confirmados de coronavírus, com 3.735, quanto de novas mortes em decorrência da Covid-19, 407. Com isso, a contagem de infecções confirmadas no país subiu para 49.492 casos, aumento de 8,2% em relação à véspera, enquanto o número de óbitos saltou para 3.313, alta de 14% na comparação com quarta-feira.
“A gente teve um aumento nos óbitos que foi acima do que vinha acontecendo anteriormente, 407. A gente não sabe se isso representa um esforço de fechar os diagnósticos ou se representa uma linha de tendência de aumento”, disse o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
“Na prática, o que você tem que fazer é acompanhar dia a dia. Se for uma linha de tendência de aumento, os números dos próximos dias vão aumentar cada vez mais, e aí a gente vai saber que não é um esforço pontual, mas que é uma tendência”, acrescentou.
O recorde anterior de casos confirmados de coronavírus em um só dia era de 17 de abril, quando foram contabilizadas 3.257 novas infecções. No mesmo dia fora registrado o recorde anterior de mortes em 24 horas, com 217 óbitos.
As novas máximas diárias vêm após São Paulo, o Estado mais afetado pela doença no país, também atingir recordes de mortes em 24 horas, segundo a Secretaria de Saúde. Na véspera, o Estado anunciou que havia zerado o estoque de testes pendentes e que a inserção dos resultados no sistema do Ministério da Saúde deveria impactar no balanço nacional.
Foram 211 novos óbitos por Covid-19 registrados em São Paulo no último dia, o que faz com que a contagem no Estado atinja 1.345 mortes. Há ainda 16.740 casos confirmados do vírus no Estado. São Paulo tem cerca de 10 mil infecções confirmadas a mais do que o segundo colocado na contagem do Ministério da Saúde, o Rio de Janeiro, que acumula 6.172 casos e 530 mortes.
O Ceará vem em terceiro lugar entre as unidades da federação em número de casos, com 4.598, e é o quarto em número de mortes, com 266. Pernambuco aparece em quarto em número de casos, com 3.519, mas é o terceiro em mortes, com 312 óbitos.
O Estado de Amazonas é o quinto em número de casos e mortes, respectivamente, 2.888 e 234.
A letalidade da doença no país está em 6,4%, de acordo com o ministério.