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Ministro diz que Brasil deixará de depender da importação de insumos para vacinas

15 jun 2021, 19:50 - atualizado em 15 jun 2021, 19:50
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Vamos, sim, chegar a uma vacina nacional. Conseguimos os R$ 415 milhões após muita discussão produtiva com o Congresso Nacional (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, disse nesta terça-feira (15) aos deputados da comissão externa que acompanha o enfrentamento da pandemia que o Brasil deve deixar de depender da importação de insumos para vacinas nos próximos anos.

Segundo ele, o comitê Rede Vírus deve garantir o desenvolvimento de tecnologia para a produção de insumos e o envasamento de vacinas nacionais e que, com isso, não será mais necessário importar matéria-prima, inclusive para imunizantes contra a Covid-19.

“E para o ano que vem? Porque a gente vai ter que ter vacinação [contra Covid] para o ano que vem e os anos subsequentes. Vai importar tudo de novo? Não! Aí a gente vai usar as vacinas nacionais, que já podem até entrar neste ano no rol de possíveis para serem aplicadas nos brasileiros”, declarou Pontes.

Desde o ano passado, a Rede Vírus reúne especialistas, representantes de governo, agências de fomento, centros de pesquisa e universidades para o desenvolvimento de vacinas no País, especialmente um imunizante nacional contra o novo coronavírus.

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Recursos

A deputada Carla Dickson (Pros-RN) afirmou que a comissão quer saber como está sendo feita a aplicação dos recursos da pasta no desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a Covid-19. “Há R$ 415 milhões destinados para serem investidos nessa tecnologia”, ressaltou ela.

O secretário de Pesquisa e Formação Científica do ministério, Marcelo Morales, explicou que foi feita uma chamada pública, e 15 projetos de desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 foram selecionados. Desse total, quatro propostas já concluíram as fases pré-clínicas.

“Vamos, sim, chegar a uma vacina nacional. Conseguimos os R$ 415 milhões após muita discussão produtiva com o Congresso Nacional, com agentes do governo”, afirmou o secretário.

Questionado pelos parlamentares se o orçamento é suficiente, Morales disse que hoje existem verbas para testar as quatro vacinas nas fases 1 e 2, mas, para o estudo clínico, que é a fase 3, só há dinheiro para uma das vacinas.

Mas, com o descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico aprovado pelo Congresso Nacional em março, Marcelo Morales acredita que haverá recursos suficientes para desenvolver todas as vacinas que tiverem sido aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).