Internacional

Ministro das Finanças do Chile pede retorno à “normalidade” em meio a colapso do peso

12 nov 2019, 21:29 - atualizado em 12 nov 2019, 21:29
O peso chileno chegou a ser cotado para além de 800 por dólar nesta terça, acumulando depreciação de mais de 10% desde meados de outubro (Imagem: REUTERS/Rodrigo Garrido)

O ministro das Finanças do Chile alertou nesta terça-feira contra as “graves consequências” sentidas pela economia do país por causa de três semanas de distúrbios e violentos protestos, com a moeda local caindo 4% e atingindo uma mínima recorde ante o dólar.

Ignacio Briones disse que o enfraquecimento do peso era um “sinal de preocupação” que ele e seus colegas estavam observando “com muito cuidado”.

Ele pediu aos chilenos que ajudem a restaurar a “normalidade” para que as empresas voltem a funcionar de forma apropriada e as pessoas voltem ao trabalho, após semanas sucessivas de greves, marchas e danos à propriedade e ao transporte público que estima já terem custado à economia 3 bilhões de dólares.

“As manifestações pacíficas foram claras, e essa mensagem se reflete nas medidas que o governo e a oposição adotaram”, disse ele a jornalistas em Santiago. “Todas as nossas ações têm consequências e estão tendo graves consequências que agora estão sendo vistas na economia e particularmente nos empreendedores e nos setores mais vulneráveis.”

O peso chileno chegou a ser cotado para além de 800 por dólar nesta terça, acumulando depreciação de mais de 10% desde meados de outubro.

A espiral de baixa se intensificou conforme trabalhadores estatais e alguns mineiros sindicalizados anunciaram uma greve nacional, dizendo que ainda não estavam satisfeitos após a decisão do governo reescrever a Constituição da era da ditadura no país, muito criticada.

As manifestações em todo o país têm por vezes se evoluído para incêndios criminosos, tumultos e saques, deixando pelo menos 23 pessoas mortas, 2 mil civis hospitalizados e mais de 1 mil queixas de violações de direitos, de acordo com grupos e promotores de direitos humanos.

A nação do sul da América Latina, até então conhecida como uma das mais estáveis ​​e prósperas da região, também agora está sofrendo um impacto econômico imenso.

Mario Marcel, presidente do banco central do Chile, pediu calma, dizendo na segunda-feira que, apesar da queda vertiginosa do peso, a situação fiscal do Chile permanece “sólida”.

Ele disse que o banco está disposto a agir diante de “situações anômalas” e que tem “uma variedade de ferramentas à sua disposição para fazer isso”.

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