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Ministra da Gestão prevê R$ 1,3 bi para retomada de obras da usina nuclear Angra 3

05 maio 2023, 18:53 - atualizado em 05 maio 2023, 18:54
 Angra 3
“É para retomar projeto e retomar as obras em Angra 3“, disse Dweck a jornalistas em evento sobre energia nuclear (Imagem: REUTERS/Lucas Landau)

O governo deve injetar 1,3 bilhão de reais ainda este ano na Eletronuclear como forma de recompor o orçamento da estatal para viabilizar a retomada da obra da usina nuclear Angra 3, disse nessa sexta-feira a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

Segundo ela, a ideia é que essa recomposição orçamentária seja permanente de forma a garantir a continuidade da obra. Os valores exatos a serem aportados ainda estão sendo estudados.

“É para retomar projeto e retomar as obras em Angra 3“, disse Dweck a jornalistas em evento sobre energia nuclear no Rio promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento de Atividades Nucleares. “Seria 1,3 bilhão a mais para Eletronuclear para recomposição do orçamento e retomada das obras.“

A construção de Angra 3 foi iniciada na década de 80, mas até hoje a obra não foi concluída. Com potência prevista de 1405 MW, o projeto já foi paralisado várias vezes, incluindo em 2015, quando houve suspeitas de irregularidades em contratações que foram investigadas pela operação Lava Jato.

Em novembro do ano passado, a obra foi retomada com reinício da concretagem da usina.

Na quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse na Câmara dos Deputados que o governo ainda está debatendo a possibilidade de concluir a usina nuclear, obra que teria um custo adicional de 20 bilhões de reais e iniciaria operações até 2029.

Cerca de 7,8 bilhões de reais já foram aportados em Angra 3, e o custo estimado para abandonar completamente as obras é de cerca de 13,6 bilhões de reais, informou o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas Energia, Gentil Nogueira de Sá Junior, durante a apresentação de Silveira a parlamentares.

O anúncio de Dweck foi comemorado pelo presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha. “Isso que ela anunciou é música para nossos ouvidos. Essa recomposição era importante para avançar o caminho crítico de Angra 3″, disse.