Saúde reduz previsão de doses da vacina da AstraZeneca em março de 16,9 mi para 3,8 mi
O Ministério da Saúde reduziu, em um novo cronograma, a previsão de recebimento de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford contra Covid-19 em março de 16,9 milhões para 3,8 milhões, no momento em que o país atravessa uma lentidão na imunização e um recrudescimento recente de casos e mortes da doença.
No cronograma anterior, a previsão era que a pasta recebesse 4 milhões de doses do imunizante importados da Índia e houvesse o produção de outros 12,9 milhões de doses no Brasil a partir do uso da importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).
Contudo, o novo cronograma da pasta só prevê agora o recebimento de 3,8 milhões de doses da vacina da AstraZeneca produzidas no Brasil, uma redução de 13,1 milhões de doses em relação à previsão anterior.
Em nota, o Ministério da Saúde também informou que as previsões de entregas de vacinas são enviadas pelos fornecedores dos imunizantes e estão sujeitas a constantes alterações, conforme a disponibilidade dos laboratórios e a real quantidade de doses entregues à pasta, que pode variar conforme o ritmo de produção das vacinas.
“A partir da entrega efetiva e do quantitativo exato de doses, o Ministério da Saúde organiza a divisão de forma proporcional e igualitária aos Estados e Distrito Federal. Posteriormente, as doses são enviadas às Unidades da Federação (UF), responsáveis por distribuir as vacinas a todos os municípios brasileiros”, disse.
“Para março, o cronograma prevê a entrega de 22,7 milhões de doses do Instituto Butantan, que serão enviadas à pasta em remessas semanais. Na segunda quinzena do mês, está prevista a entrega de 3,8 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford –será o primeiro lote produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com matéria-prima importada. Também são esperados mais 2,9 milhões de doses do mesmo imunizante, adquiridos via consórcio Covax Facility”, completou.
Também em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável no país pela vacina da AstraZeneca, esclareceu que o número total de doses a serem entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em março depende do cumprimento de todas as etapas iniciais de produção e requisitos de qualidade de forma a garantir sua eficácia e segurança, bem como do aval do registro definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Em março, deverão ser entregues 3,8 milhões de doses da vacina. No entanto, somente após os resultados dos lotes de validação e liberação pela Anvisa é que será possível precisar as datas e quantitativos a serem disponibilizados para o PNI. O Instituto de Tecnologia em Imunobilógicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) permanece com empenho total para disponibilizar sua vacina no menor prazo possível”, informou a nota.
A vacina da AstraZeneca-Oxford foi inicialmente a principal aposta do governo Jair Bolsonaro para fazer a imunização da população brasileira.
Contudo, a demora na chegada e preparação dela no Brasil e o avanço da CoronaVac que tem como parceira no Brasil o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo fez com que o imunizante originário da China se tornasse o mais usado no país.
Os dois imunizantes já foram autorizados para uso emergencial no Brasil, atendendo no momento apenas grupos prioritários.
A AstraZeneca já pediu registro definitivo na Anvisa, o que permitiria em caso de aprovação um uso massivo na população. Contudo, a agência reguladora ainda não decidiu sobre o assunto.
Pelo novo cronograma, o Ministério espera receber 575,9 milhões de doses de vacinas dos mais diversos laboratórios até o final do ano.