Justiça

Ministério Público pede explicações sobre ampliação do rodízio de veículos em São Paulo

08 maio 2020, 10:43 - atualizado em 08 maio 2020, 10:43
Carros Automóveis Transito
As restrições à circulação de veículos haviam sido suspensas no início da quarentena, mas foram adotadas novamente como medida contra a disseminação do coronavírus (Imagem: Pedro Ventura/Agência Brasília)

O Ministério Público de São Paulo exigiu explicações da prefeitura da capital paulista sobre o decreto que retoma e amplia o rodízio de veículos na cidade.

As restrições à circulação de veículos haviam sido suspensas no início da quarentena, mas foram adotadas novamente como medida contra a disseminação do coronavírus.

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Novo rodízio

Normalmente, a restrição valia para um dia da semana para cada veículo. No rodízio apresentado ontem (7) pelo prefeito Bruno Covas, como medida de enfrentamento à pandemia, os veículos com placa com número final par poderão circular apenas nos dias do mês pares e os com final ímpar, nos dias ímpares.

Ao contrário do rodízio normal, a restrição vale também para os fins de semana e durante todo o dia, não apenas nos horários de pico, como no sistema que já existia. A mudança entra em vigor na próxima segunda-feira (11).

Covas justificou a medida com o número crescente de mortes e novos casos de covid-19 que vêm sendo registrados nos últimos dias.

Segundo o prefeito, a ocupação dos leitos das unidades de tratamento intensivo do município já passa de 80% e, em alguns hospitais, ultrapassa os 90%.

De acordo com o prefeito, a intenção inicial em suspender o rodízio na quarentena e reduzir as aglomerações de pessoas no transporte público.

Porém, a avaliação, agora, é que a medida teve o efeito indesejado de incentivar as pessoas a saírem de casa nos veículos particulares.

Segundo o prefeito Bruno Covas, a ocupação dos leitos das unidades de tratamento intensivo do município já passa de 80% e, em alguns hospitais, ultrapassa os 90% (Imagem: Agência Brasil/ Rovena Rosa)

Nesta semana, a prefeitura havia tentado colocar bloqueios em avenidas importantes da cidade como forma de reduzir a circulação.

No entanto, a ação não aumentou a adesão à quarentena, além de fazer o Ministério Público de São Paulo abrir uma investigação sobre denúncias de que a restrição teria afetado o trânsito de ambulâncias.

Questionamentos

Nos questionamentos sobre o novo rodízio, os promotores querem que a administração municipal explique em até 48 horas os impactos previstos com as mudanças.

Entre a série de perguntas formuladas pelo Ministério Público, o órgão quer saber por quanto tempo vão vigorar as novas regras e que estudos embasaram adoção da restrição.

A promotoria também quer saber como será garantido que as restrições não vão impactar a circulação de serviços essenciais e como foi calculado o reforço na frota de ônibus para evitar aglomerações no transporte público.