Justiça

Ministério Publico do Rio diz ter concluído investigação sobre suspeita de rachadinha em gabinete de Flávio Bolsonaro

01 set 2020, 8:28 - atualizado em 01 set 2020, 8:28
Flávio Bolsonaro
O gabinete de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual, está entre os investigados e a suspeita era que o esquema de desvio de recursos, que ficou conhecido como “rachadinha” (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O grupo do Ministério Publico do Estado do Rio de Janeiro que apura a suspeita de “rachadinha” em gabinetes de deputados da Assembleia Legislativa fluminense, entre eles o do atual senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, disse ter concluído as investigações sobre o suposto esquema de apropriação e desvio de salários de funcionários.

As investigações começaram após relatórios do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontarem, em 2018, no âmbito da operação Furna da Onça, movimentações financeiras atípicas nas contas bancárias de integrantes de mais de 20 gabinetes de deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

O gabinete de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual, está entre os investigados e a suspeita era que o esquema de desvio de recursos, que ficou conhecido como “rachadinha”, no gabinete do filho do presidente era coordenado pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz, então assessor parlamentar de Flávio.

“O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) encaminhou, nesta segunda-feira (31/08), ao procurador-geral de Justiça, o procedimento criminal referente ao ‘Caso Flávio Bolsonaro’, comunicando a conclusão das investigações”, informou o MP fluminense.

“Por essa razão, os autos, que estão sob sigilo, foram remetidos à Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos (SUBCRIMINAL/MPRJ) para prosseguimento.”

O caso vinha sendo conduzido pela primeira instância do Judiciário, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acatou pedido de Flávio Bolsonaro para levar o caso à segunda instância por entender que o hoje senador tinha prerrogativa de foro por ser deputado estadual à época dos fatos investigados.

A defesa do filho do presidente disse que a conclusão da investigação foi uma tentativa do grupo do MP fluminense que investigava o caso de buscar uma “saída honrosa”.

“Os promotores da Gaecc manobraram para encontrar uma saída honrosa do grupo da condução dos trabalhos. O grupo não poderia investigar o senador Flávio Bolsonaro, o que acarretou em uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público devido a designação espúria para que o referido grupo permanecesse investigando o parlamentar”, disse a defesa de Flávio em nota.

“O prazo terminaria nesta segunda-feira (31) para explicações do Procurador-Geral de Justiça. Não é verdade que a investigação tenha sido concluída nesta data. Ela já havia se encerrado com a oitiva do senador Flávio Bolsonaro”, acrescentou a defesa.

Os advogados do senador condenaram ainda “os constantes vazamentos do procedimento que tramita sob sigilo” e já fizeram uma representação ao Conselho Nacional do Ministério Público a este respeito.

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