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Ministério diz que Brasil já negociou 225 mil toneladas de arroz de fora do Mercosul

02 out 2020, 10:26 - atualizado em 02 out 2020, 10:26
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Na véspera, o governo dos Estados Unidos informou registro de venda de 71,1 mil toneladas de arroz ao Brasil –não ficou imediatamente claro se esse volume está dentro do total de negócios já fechados com os EUA (Imagem: Agência Brasil/Marcello Casal Jr)

O Brasil já negociou um total de 225 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos, Índia e Guiana, carregamentos esses que deverão entrar no país na segunda quinzena de outubro e em novembro, afirmou nesta sexta-feira o Ministério da Agricultura brasileiro.

A pasta citou em nota que essas importações de países de fora do Mercosul, realizadas dentro de uma cota de 400 mil toneladas sem tarifa, teriam potencial de atenuar a alta dos preços do arroz, que estão em patamares recordes.

A nota do ministério confirma notícia da semana passada publicada pela Reuters, com base em informações da associação Abiarroz, de que o país havia fechado negócios de cerca de 200 mil toneladas dentro da cota isenta de tarifas de 10% para o arroz em casca e de 12% para o beneficiado.

Na véspera, o governo dos Estados Unidos informou registro de venda de 71,1 mil toneladas de arroz ao Brasil –não ficou imediatamente claro se esse volume está dentro do total de negócios já fechados com os EUA.

O total contabilizado de vendas de arroz norte-americano ao Brasil chega a 108,3 mil toneladas neste ano, segundo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou na quinta-feira.

O volume se configura como a maior venda de cereal pelo país da América do Norte ao Brasil em um ano desde 2003, quando brasileiros importaram ao todo 486,45 mil toneladas

Os preços estão elevados após um maior consumo do produto durante a pandemia, com crescimento estimado em 2020 de cerca de 5% pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para quase 11 milhões de toneladas.

Isso ocorreu após o país ter entrado no ano com estoques relativamente pequenos, nos menores níveis desde 2014, pelo menos, segundo a Conab.

“O aumento no consumo interno provocado pelo crescimento da alimentação em domicílio por efeito da pandemia de Covid-19 resultou na elevação de preços de alimentos básicos, como arroz e feijão”, disse o diretor de Comercialização e Abastecimento do ministério, Sílvio Farnese.

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O total contabilizado de vendas de arroz norte-americano ao Brasil chega a 108,3 mil toneladas neste ano, segundo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou na quinta-feira (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Simultaneamente, as exportações brasileiras aumentaram cerca de 65% nos nove primeiros meses do ano, para 1,207 milhão de toneladas, com um câmbio favorável ajudando a reduzir a oferta interna, conforme dados do governo.

Segundo Farnese, o incremento da demanda mundial de alimentos com a preocupação da segurança alimentar criou no país um cenário propício ao aumento das exportações de arroz em ritmo recorde em relação aos anos anteriores.

Farnese explicou que a pressão do comportamento cambial com a desvalorização do real e o aumento nas cotações externas agudizaram ainda mais a pressão exportadora, reduzindo a competitividade da importação.

“Com isso, o equilíbrio entre a oferta e demanda interna ficou bastante ajustado criando um comportamento favorável à elevação nas cotações internas de forma recorde”, afirmou.

Para 2021, é esperado um crescimento na produção de arroz do Brasil de 7,2% em relação à safra anterior.

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