Saúde

Ministério da Saúde volta atrás e só recomenda vacinação para adolescentes com comorbidades

16 set 2021, 12:18 - atualizado em 16 set 2021, 12:19
Vacinas
A decisão do ministério ocorre num momento em que Estados têm reclamado falta de estoques de vacina e há preocupações com o avanço da variante Delta, mais transmissível (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O Ministério da Saúde revisou seu entendimento anterior e decidiu a partir de agora só recomendar a vacinação contra Covid-19 de adolescentes entre 12 e 17 anos que tenham comorbidades, deficiência permanente ou estejam privados de liberdade, segundo nova nota informativa divulgada pela pasta.

Na semana passada, a pasta havia recomendado a imunização de adolescentes a partir do dia 15 em todo o Brasil.

A decisão do ministério ocorre num momento em que Estados têm reclamado falta de estoques de vacina e há preocupações com o avanço da variante Delta, mais transmissível.

Na nota, a pasta citou algumas premissas para mudar a orientação. Entre outros pontos, o ministério afirmou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) “não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades”, que a maioria dos adolescentes em comorbidades acometidos por Covid apresentam evolução benigna e que os benefícios da imunização desse grupo “ainda não estão claramente definidos”.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou uma manifestação defendendo a vacinação de todos os adolescentes.

“A vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária, priorizando neste momento aqueles com comorbidade, deficiência permanente e vulneráveis como os privados de liberdade e em situação de rua. Havendo quantitativo de doses suficientes para atender a estas prioridades deve imediatamente ser iniciada a vacinação dos demais adolescentes”, afirmou o Conass.

O vice-presidente da CPI da Covid no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), cobrou durante a sessão desta quinta informações do ministério a respeito da mudança da orientação. Segundo ele, a OMS –ao contrário do que a pasta alega– defende a vacinação dos adolescentes.