Economia

Ministério da Fazenda tenta convencer Lula a não mudar meta de inflação

17 fev 2023, 11:22 - atualizado em 17 fev 2023, 11:22
Lula, metas de inflação
Lula vem criticando política monetária adotada pelo Banco Central. (Imagem: REUTERS/Mariana Greif)

Em meio à guerra entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central, o Ministério da Fazenda tenta acalmar os ânimos.

Segundo O Globo, a Secretaria de Política Econômica (SPE) elaborou um estudo com o objetivo de mostrar à Lula que a meta de inflação não é a principal causa da Selic a 13,75% ao ano, maior patamar da taxa básica de juros desde dezembro de 2016.

Lula vem criticando a política monetária adotada pelo Banco Central e chegou a sugerir que as metas de inflação estão muito baixas.

“Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7% [a meta estipulada para 2023 é de 3,25%] e quando faz isso é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir a meta. Por que não 4,5%, como nós fizemos?”, disse Lula no dia 18 de janeiro em entrevista a GloboNews.

A princípio, a equipe parece ter convencido o presidente a diminuir os ataques contra a autoridade monetária. Nos documentos apresentados, estão dados que mostram metas de inflação de países emergentes e desenvolvidos menores que as buscadas pelo Brasil.

México, Colômbia e Chile, por exemplo, têm uma meta de 3% – patamar planejado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) só a partir de 2024.

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Metas mais altas não derrubam a Selic

Na teoria defendida por Lula, se a meta fica mais alta, a inflação do país – que está em 5,79% – estaria mais próxima do teto ou do centro e a Selic poderia ser reduzida. As metas de inflação para 2023 e 2024 são de 3,25% e 3%, respectivamente.

No entanto, na prática, a história é bem diferente. O Itaú projeta que o Banco Central pode elevar a taxa Selic para um patamar de 15% caso o presidente insista na ideia de mudar a meta de inflação de 4,5% em 2024.

O banco destaca, em relatório, que a mudança seria percebida como pouco compromisso da política econômica, resultando em inflação mais alta à frente.