Internacional

Ministério da Economia argentino anunciará seu novo titular na sexta-feira

06 dez 2019, 15:04 - atualizado em 06 dez 2019, 15:08
Alberto Fernández
O presidente eleito, Alberto Fernández, anunciará seu gabinete na noite desta sexta-feira, e todos os olhos se voltarão para o novo ministro da Fazenda (Imagem: REUTERS/Mariana Greif)

À medida que o novo governo da Argentina se prepara para assumir o poder, o papel-chave de ministro da Economia continua envolto em mistério, mas três economistas são candidatos a ocupar o cargo enquanto o país lida com uma inflação alta, uma recessão e o aumento da dívida.

O presidente eleito, Alberto Fernández, anunciará seu gabinete na noite desta sexta-feira, e todos os olhos se voltarão para o novo ministro da Fazenda quando o líder de centro-esquerda tomar posse no dia 10 de dezembro.

É provável que Fernández respalde uma mudança brusca em relação ao enfoque econômico do presidente neoliberal de saída, Mauricio Macri, cuja austeridade apoiada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ajudou a reduzir os déficits fiscais, mas provocou um declínio econômico que golpeou sua popularidade.

Fontes disseram à Reuters que Martín Guzmán, um protegido de Joseph Stiglitz, e o economista heterodoxo Matías Kulfas são dois dos principais candidatos. Na quinta-feira, o jornal local La Nación disse que o pouco conhecido Martín Abeles também está no páreo.

A decisão pode definir a direção econômica da terceira maior economia da América Latina nos próximos quatro anos e impactar produtores agrários e indústrias.

Ao mesmo tempo, pode definir o que acontecerá com as negociações para reestruturar o pagamento da dívida soberana com credores internacionais e com o FMI, de mais de 100 bilhões de dólares, em meio ao aumento dos temores de calote.

Alberto Fernández
É provável que Fernández respalde uma mudança brusca em relação ao enfoque econômico (Imagem: REUTERS/Juan Medina)

Os mercados argentinos e o peso local estão no limite desde que Fernández obteve uma vitória contundente nas eleições primárias de 11 de agosto, um resultado surpreendente que sinalizou o fim da linha para Macri, um defensor do mundo dos negócios e da abertura econômica.

A definição dos postos-chave para a economia e da estrutura que terão os novos ministérios –se haverá um Ministério da Economia poderoso ou vários trabalhando em conjunto– provocou uma especulação feroz nos últimos dias que mantém os investidores ansiosos.

“O fato de que Fernández tenha demorado tanto nos sugere que não é necessariamente uma prioridade sua ajudar os investidores e guiar a Argentina com um enfoque favorável ao mercado”, dijo Nikhil Sanghani, economista da Capital Economics, que tem sede em Londres.

Guzmán, um acadêmico jovem, é considerado um especialista no campo da reestruturação da dívida, mas tem pouca experiência prática.

Kulfas é mais próximo da “escola de pensamento peronista clássica” e poderia elevar os impostos para as exportações e priorizar os credores locais sobre os detentores de bônus internacionais, disseram economistas.

Abeles serviu no Ministério da Economia durante os governos de Cristina Kirchner e de seu falecido marido e antecessor, Néstor Kirchner.

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