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#minhaultimamusica

17 maio 2018, 17:40 - atualizado em 17 maio 2018, 17:40

Por Giovanna Ricci, jornalista que trabalha com propaganda há mais de uma década em grandes agências

O mais recente zum zum zum do mercado publicitário é a campanha de combate à homofobia lançada nessa quinta-feira, 17 de maio, pela Jovem Pan.

A rádio questiona os ouvintes sobre “qual a música pedida se fosse o seu último dia de vida”. Segundo matérias publicadas em sites do trade, o objetivo da iniciativa é discutir e alertar o público sobre a violência no país contra pessoas da comunidade LGBT+.

Ao que tudo indica, personalidades como a atriz Thaila Ayala e a jogadora de vôlei trans, Tiffany, já compartilharam a campanha por meio da #minhaultimamusica.

Já o Twitter da cantora Pablo Vittar foi atingido por diversas críticas depois do post de divulgação da hashtag. Tanto que, uma hora depois, a cantora apagou a postagem e escreveu outra dizendo que o profissional que havia feito o post já tinha sido demitido.

A mesma sensação da Pablo e de seus seguidores tem sido propagada por grande parte dos usuários das redes sociais. A campanha tem sido duramente criticada pelo mau gosto ao abordar um tema de tamanha importância.

Como sabemos, uma campanha não é criada por um indivíduo e passa por um longo processo até sua veiculação, o que inclui desde executivos da agência envolvida até os executivos do cliente.

Essa não é a primeira, nem a última polêmica que envolvem virais negativos de campanhas. Mas por que isso acontece? Ninguém levanta a mão? Quais são as consequências de uma campanha malsucedida?

Para Gustavo Giglio, sócio do Update or Die, “há uma máxima simples que diz que leva muito tempo para construir uma boa reputação/credibilidade e segundos para destruí-la. Hoje, com a velocidade e a verborragia digital, é tudo muito mais rápido. Por isso, levar um pouco mais de tempo pensando direito nas consequências de suas mensagens é algo tão óbvio”.

Gustavo, que trabalha com publicidade, conteúdo e projetos criativos há mais de 20 anos, explica que o trabalho “provavelmente passou por mais de uma pessoa” e que isso tem ocorrido pois “é cada vez mais comum marcas se apropriarem de causas que não são, necessariamente, suas. O que é bastante importante e necessário, desde que haja o mínimo de empatia, respeito e cuidado”.

O que fica de uma campanha desastrosa? Especificamente, neste caso, iremos descobrir ao acompanhar as redes sociais e observar a imagem da marca nos próximos tempos. Ah! Claro, é sempre válido aprendermos com os erros alheios.

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