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Minha Casa, Minha Vida vem aí; veja como aproveitar para lucrar com duas ações na bolsa

13 fev 2023, 13:15 - atualizado em 13 fev 2023, 14:09
construção civil
Presidente Lula relança amanhã programa habitacional que mudou de nome em 2020 para Casa Verde e Amarela (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) está oficialmente de volta, a partir de amanhã, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá relançar na Bahia um dos maiores feitos do governo do PT.

A volta do programa, criado em 2009 no segundo mandato de Lula, pode ser um sopro de esperança para empresas de construção civil, em um momento delicado para o setor. Principalmente, para duas construtoras.

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Minha Casa, Minha Vida será bom para quem?

A equipe de real estate do Itaú BBA diz ter uma visão positiva para as construtoras de baixa renda, destacando a Cury (CURY3) e a Direcional (DIRR3), considerando o potencial de valorização para a demanda impulsionada pelo retorno do MCMV. 

O analista Daniel Gasparete ainda considera custos do setor controlados, o que pode elevar as margens das empresas de construção civil. Além disso, ele vê espaço para que os preços unitários de imóveis continuem subindo e estima “rendimentos de dividendos suculentos”. 

Segundo o analista, há espaço para um impulso no programa e potencial para se tornar carro-chefe do governo Lula. Isso deve-se às declarações otimistas do ministro das Cidades, Jader Filho, e citações indicando que o programa será prioridade na agenda da União.

“O programa deve ser redimensionado favorecendo, provavelmente, a população de faixas de renda mais baixas. Além do mais, as novas condições devem favorecer esses clientes uma vez que eles tiveram menos acesso [ao programa] nos últimos anos”, diz.

Destaque para baixa renda

O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Araujo, reforça que é preciso aguardar o detalhamento do programa no Lula 3 e o que será aprimorado. 

“Em termos práticos para as incorporadoras, aquelas posicionadas nesse segmento tendem a performar muito bem ao longo do ano, especialmente, Cury e Direcional”, ressalta.

Segundo o analista, os segmentos de média e alta renda continuam com cenário mais desafiador, uma vez que o governo Lula deverá dar mais incentivo para as faixas de renda menor. 

Preço de imóveis e mudanças no Minha Casa, Minha Vida

O head de real estate da XP, Ygor Altero, chama a atenção para novas altas de preço dos imóveis que devem impactar, principalmente, esse segmento. O preço continuará elevado, segundo ele, porque a demanda continua forte.

“Porque está sendo colocado em prática todas as mudanças do programa Casa Verde e Amarela [CVA, nome dado pelo governo de Jair Bolsonaro em 2020] anunciadas no meio do ano passado. Acho muito difícil que o governo Lula revogue essas mudanças”, diz. 

Mudanças que permitiram altas de 15% nos preços por unidade. “Desde então, os preços aumentaram cerca de 6%, em média, deixando espaço para novos reajustes”, diz Gasparete, do BBA. 

Altero reforça que Cury e Direcional devem surfar bem na onda do Minha Casa, Minha Vida, uma vez que essas construtoras conseguiram atravessar o período de crise do setor, com a pandemia de covid-19 e a disparada de custos, com boas margens brutas.

Recentemente, a XP destacou que as concessões de financiamento do programa, até o fim do ano passado ainda com o nome “Casa Verde e Amarela”, exibiram aceleração em São Paulo

Contudo, Altero destaca que houve redução nos lançamentos do segmento de baixa renda, explicado pelo foco de construtoras em equilibrar rentabilidade e volume.

E as demais construtoras? 

Para Altero e Araujo, a Cyrela (CYRE3) segue como ação preferida do setor, a chamada “top pick”, pela sua liquidez e atuação no segmento de alto padrão.

Eles esperam bons resultados e, consequentemente, bons dividendos. Mas não apenas dela, como também Cury e Direcional, além da JHSF (JHSF3) e da Lavvi (LAVV3). 

Em relação à MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3), os analistas ressaltam o nível elevado de alavancagem das construtoras mineiras, e vão aguardar sinais de recuperação da dupla.

Ambas reduziram lançamentos e sofrem com a pressão vendedora nas ações, mas o cenário é de mais cautela para a Tenda. A MRV, por sua vez, anunciou mudanças para os próximos anos.

Entre elas, a redução das operações em 40 cidades brasileiras, para focar em regiões metropolitanas mais relevantes, como São Paulo.